RUMO A DOHA, por Vicente Datolli

Em mais ou menos um mês, Tite deverá apresentar à Fifa a chamada grande relação - traduzindo: os 55 jogadores que poderão, em algum momento, estar nos gramados de Doha

Com rumo a Doha, nos últimos dias, Tite já admitiu falar, expressamente, de Pedro, atacante do Flamengo, algo que não fez com Hulk e Raphael Veiga

Tite, técnico da Seleção Brasileira rumo a Doha
Tite, técnico da Seleção Brasileira rumo a Doha. (Foto: Lucas Figueiredo/ CBF)

Campinas, SP, 23 (AFI) – Em mais ou menos um mês, Tite deverá apresentar à Fifa a chamada grande relação – traduzindo: os 55 jogadores que poderão, em algum momento, estar nos gramados de Doha durante a Copa do Mundo que começará dia 20 de novembro (já estou informando a nova data da abertura).

Destes 55 sairão os 26 que, efetivamente, irão jogar. Ou menos ficar no banco de reservas durante o Mundial.

Pode não parecer importante, mas essa grande relação pode indicar algumas novidades que, até agora, o treinador da seleção brasileira sempre negava serem possíveis acontecer “por já ter o grupo praticamente fechado”.

Nos últimos dias, Tite já admitiu falar, expressamente, de Pedro, atacante do Flamengo; e de André, volante/armador do Fluminense – coisa que, por exemplo, jamais se permitiu em relação a Hulk e Raphael Veiga, para ficar em apenas dois nomes tantas vezes citados pela torcida e analistas.

O que isso significa? Muito, talvez nada. Pode-se observar, porém, que as convicções do treinador, pelo menos no que diz respeito à relação “mais ampla”, abriram-se para jogadores mais novos. Abertura, aliás, que poderia vir desde o início do trabalho do período “Doha 2022”.

Muitas vezes o treinador da seleção brasileira insistiu em jogadores com rodagem, esquecendo-se da possibilidade da renovação do grupo. Talvez por não confiar, talvez por não ser problema dele, afinal de contas, sempre disse que não continuaria à frente da seleção após o Mundial do Qatar.

A grande verdade, e isso não se pode negar, é que a teimosia de Tite em algumas situações se assemelhou à de Lazaroni, em 1990. Para quem não sabe, ou não lembra, para o Mundial da Itália, Lazaroni fechou o grupo em 1989, durante a Copa América realizada no Brasil.

Foram tantas críticas (o Brasil acabou campeão) que o treinador praticamente garantiu o passaporte dos jogadores que “enfrentaram com ele” as turbulências. Criou-se, então, a pejorativa Era Dunga. Um futebol de pouca beleza (e efetividade), que nos levou a ser eliminados logo no primeiro mata-mata, contra a Argentina.

Voltando à Tite e à Copa do Qatar…

Se admitiu falar de Pedro (com elogios) e André (lamentando não ter “se revelado antes”), significa dizer que estes quase certamente, estarão na relação de 55. Resta saber se passarão pelo facão e ficarão entre os 26.

Acredito, com sinceridade, que o atacante rubro-negro esteja mais perto da camisa 26. E por uma razão muito simples: apesar de Philippe Coutinho estar bem, Roberto Firmino não apresenta um bom rendimento. E continuamos com a necessidade de um camisa 9.

Sem falar que Pedro dá opções da chamada bola aérea na área, que pode ser preciosa em casos de defesas muito fechadas. E como agora Pedro já não é mais reserva no Flamengo, nem seria difícil explicar sua convocação e o esquecimento de Gabigol.

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