RUMO A DOHA, por Vicente Datolli
A Fifa alterou a data de início do Mundial, para atender solicitação dos organizadores
A Fifa alterou a data de início do Mundial, para atender solicitação dos organizadores
Campinas, SP, 16 (AFI) – Estava escrevendo a coluna da semana passada quando um amigo do Qatar entrou em contato me avisando para alterar a data da viagem para seu país.
Falava, claro, da (então) possibilidade de alterar-se a data de início do Mundial – confirmada logo depois, como todos já sabemos.
Entre um parágrafo da coluna e uma mensagem de whatsapp ele me garantia que a mudança seria oficializada no dia seguinte – e eu teria um furo de reportagem para meus leitores.
Deixei de lado a avidez jornalística e decidi aguardar.
No dia seguinte, bingo! A Fifa alterou a data de início do Mundial, para atender solicitação dos organizadores.
Com isso, a partida entre Qatar e Equador será realizada dia 20 de novembro, isolada – e em novo horário em relação ao anteriormente previsto. Assim, os donos da casa terão festa e uma partida sua, para chamar de abertura oficial do Mundial. A Fifa, mais uma vez, se curvou aos pedidos qataris.
Não preciso nem dizer como essa mudança causou problemas, não é mesmo?
Os patrocinadores mundiais da Fifa, que tinham planejado campanhas publicitárias do tipo “faltam 100 dia…” foram surpreendidos e não tiveram como usar o apelo da tal “data redonda” para fazer seu marketing. Ninguém fala quem irá arcar com os prejuízos, que foram milionários.
Internamente, os comentários são diversificados: há quem diga que a Fifa vacilou desde o início, não prevendo tal desejo (que aconteceu nos últimos Mundiais); e há quem assegure que os qataris mudaram de ideia ao longo do processo, provocando toda a confusão.
A verdade, se um dia for divulgada, certamente irá mostrar que esta Copa tem muito mais problemas nos bastidores do que sabemos. E estes problemas ligaram sinais de alerta na sede da entidade que comanda o futebol internacional.
Mudar a data de uma partida não foi tão difícil. Bastou uma canetada e ponto final.
Só que a Fifa não tinha como alterar a data de liberação dos jogadores. Esta permanece dia 14 de novembro, ou seja, algumas seleções somente terão seus jogadores dispensados e à disposição seis dias antes de a bola rolar, oficialmente, em Doha.
Como isso significa meio de temporada na Europa, onde atua a maioria dos jogadores que estarão na Copa do Mundo, isso não deverá refletir no condicionamento físico dos atletas, mas a questão tática certamente será um problema – teremos alguma vantagem por termos um time atuando junto, com pequenas alterações, há tanto tempo?
Claro que já começaram as movimentações políticas solicitando “ajustes” nas tabelas dos campeonatos nacionais da Europa. Uma queda de braço pesada, que pode trazer reflexos mais adiante.
É esperar para ver.
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