Estratégia do Guarani contra o CRB não deu certo

Este jogo mostrou a equivalência das equipes do pelotão de cima, e apenas o desdobramento das próximas rodadas pode revelar com clareza aqueles com mais chances.

Evidente que os 50 pontos já conquistados e o convencimento quando atua em casa dão ao Guarani chances reais de ser um dos quatro

Brasileirão - Série B
Guarani ficou muito na espera do CRB. Foto: Francisco Cedrim - CRB

BLOG DO ARI

Capinas, SP, 23 (AFI) – Numa das edições mais equilibradas desta Série B do Campeonato Brasileiro, o caminho continua aberto para oito clubes sonharem com a possibilidade de acesso ao Brasileirão de 2024.

A vitória do CRB sobre o Guarani por 1 a 0, na tarde deste sábado em Maceió (AL), mostrou a equivalência das equipes do pelotão de cima da competição, e apenas o desdobramento das próximas rodadas pode revelar com clareza aqueles com mais chances.

Evidente que os 50 pontos já conquistados e o convencimento quando atua em Campinas dão ao Guarani chances reais de terminar a competição entre os quatro melhores.

Ao chegar nos 45 pontos e com desempenho satisfatório, o CBR está no páreo sim senhor.

RESGUARDAR

A estratégia colocada em prática pelo treinador bugrino, Umberto Louzer, de abaixar as linhas e tentar usar a velocidade em contra-ataques, desta vez não foi contemplada, pois o CRB é uma equipe bem treinada pelo comandante Daniel Paulista, igualmente com forte propósito de fechar os espaços defensivos sem a posse de bola.


A rigor, ainda no primeiro tempo o CRB soube usar o lado direito de seu ataque, com avanços do lateral Hereda, que cruzou aos 27 minutos, e o gol só não saiu porque o goleiro Pegorari praticou defesa difícil, com bola no chão, em cabeçada do lateral-esquerdo Guilherme Romão.

Apenas no final daquele período o Guarani conseguiu se soltar e o seu atacante Bruno José, aos 44 minutos, exigiu que o goleiro Diogo Silva praticasse defesa com grau de dificuldade.

DIFERENÇA DE ADVERSÁRIOS

Desta vez ficou claro a diferença de o Guarani enfrentar uma equipe com mais recursos comparativamente aos três adversários anteriores – como Ponte Preta, Chapecoense e Tombense – clubes que justificam as posições na parte baixa da tabela, pela falta de qualidade.

Se esses três citados têm dificuldades para se organizarem na saída de bola e optam pelo chutão, o bem treinado CRB qualificou a organização de jogadas a partir de seu campo defensivo, explorou os lados do campo com velocidade, e em determinados períodos da partida marcou sob pressão saída de bola do adversário.

Se em jogos do Guarani contra adversários mais fracos bastam dois volantes para forte pegada em proteção à cabeça da área – casos de Matheus Barbosa e Matheus Bueno – neste sábado ficou claro a falta de um terceiro homem de meio de campo com capacidade de desarme, para não sobrecarregar os dois volantes citados.

FALCÃO

É que no CRB os volantes Lucas Lima e Falcão desarmam e sabem jogar com a bola nos pés, dando companhia ao meia João Paulo quando o time busca infiltração na área adversária.

Por sinal, um parêntese a respeito de Falcão: que baita jogador! O que ele está fazendo com essa qualidade na Série B? Lembra volantes clássicos pela qualidade no desarme, agregada na competência com a bola nos pés.

O desdobramento do lance que originou o gol da vitória do CRB, com troca de passes de seus jogadores até as proximidades da área bugrina, possibilitou que o volante Lucas Lima tivesse liberdade para finalizar rasteiro, de pé esquerdo, com bola no canto direito do goleiro Pegorari, aos cinco minutos do segundo tempo.

Depois disso, até os 30 minutos do segundo tempo, o CRB não correu risco e teve chance de ampliar aos 24 minutos, quando o atacante Renato fez jogada de fundo, pelo lado esquerdo, o passe foi preciso para João Paulo, mas o chute acabou direcionado onde estava Pegorari, que praticou a defesa.

Aí, com todas trocas possíveis feitas pelas duas equipes, o desenho da partida foi o Guarani mais no ataque, porém sem exigir defesas do goleiro Diogo Silva, enquanto o CRB esperou o tempo passar para comemorar a vitória.

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