RUMO A DOHA, por Vicente Datolli
Vicente Datolli analisa opção de Tite por convocar jogadores dos times brasileiros
Vicente Datolli analisa opção de Tite por convocar jogadores dos times brasileiros
O colunista errou, no Rumo a Doha da semana passada.
Errou muito, errou feio.
E errou porque, apesar dos 59 anos de vida, ainda confia no(s) ser(es) humano(s).
Podem rir, mas confio.
Sempre vejo o copo meio cheio, não imagino que as pessoas possam sobrepor seus interesses pessoais aos gerais, coletivos. E digo isso, claro (o erro, a confiança e os interesses), por conta da convocação de Tite para os amistosos da seleção brasileira contra Gana e Tunísia, na França, nos últimos dias deste mês.
Pelas eternas críticas ao calendário do futebol brasileiro (compartilhadas pelo treinador da seleção); por estarem as equipes na reta final de diversas competições; avaliei que Tite não desfalcaria os times brasileiros, ainda mais agora.
Errei. Mas… Errei eu ou errou o treinador?
Curiosamente, na noite desta segunda-feira Tite deu entrevista e afirmou que fará testes nestes dois amistosos. Querem incoerência maior? Depois de quatro anos de trabalho ele vai testar a três meses do Mundial do Qatar, e em duas partidas? Errei, sim; mas ele erra muito mais.
Se queria tanto testar Pedro, por exemplo, por que não o fez antes?
Por que ignorou o clamor público até agora?
E por que motivo fez questão de dizer, na tal entrevista, que a convocação de sexta passada não tem nada a ver com a que fará para a Copa do Mundo?
Estaria mandando algum aviso?
Errei, sim; mas ele erra muito mais.
Outra coisa que me causa muita estranheza é a reação do Flamengo (ou a não reação), onde Pedro tem garantido pontos e mais pontos com seus gols – e classificações nos torneios mata-mata.
A cartolagem do rubro-negro carioca não se manifestou contrariamente à convocação, bem diferente do que fez há um ano, quando proibiu que Pedro fosse à Olimpíada de Tóquio – lembram?
Qual seria a motivação de impedir um atleta de lutar por uma medalha olímpica (o ouro foi conquistado, é sempre bom recordar) e, agora, não reclamar por perdê-lo na reta final do Brasileiro, da Copa do Brasil e da Libertadores?
Fosse em outro clube, com problemas financeiros, diria que desejam colocá-lo (Pedro) na vitrine para vender. Não é o caso, obviamente.
Estivesse eu incluído no grupo dos que gostam de uma teoria da conspiração, apostaria em outros tipos de compensação – e nem vou falar da estranha validação do gol de empate do Flamengo contra o Goiás, no jogo do Brasileiro, domingo.
Bem… Errei, sim. E felizmente, para Fluminense, Corinthians e até o Flamengo, o erro foi pequeno.
Só que Tite, ele sim, tem muito a explicar nesta reta final de preparação. Testar agora?
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