RUMO A DOHA, por Vicente Datolli
O que a Austrália irá fazer na Copa do Mundo?
'O que a Austrália irá fazer na Copa do Mundo?', se pergunta Vicente Datolli em coluna no FI
O que a Austrália irá fazer na Copa do Mundo?
Faço a pergunta depois de ver, no Ahmad Bin Ali Stadium, sua classificação após derrotar o Peru, nos pênaltis, na partida que definiu o 31º classificado para o Mundial da Qatar.
E a pergunta seria repetida se a vencedora do confronto fosse a seleção sul-americana.
Um show de horrores foi protagonizado pelas duas equipes em Doha.
Nenhum dos dois times têm a menor condição de participar da elite do futebol mundial – e é isso que supomos ser a Copa do Mundo.
E esse sentimento fica ainda mais forte quando lembramos, por exemplo, que a Itália não estará aqui em Doha para participar. Seriam os italianos (para citar apenas um dos países não classificados) tão piores que australianos ou peruanos?
O jogo? Bem… Se podemos chamar de jogo o duelo entre peruanos e australianos, digo que foi das piores coisas que o futebol proporcionou nos últimos tempos.
Alguma disposição (por parte dos australianos, apenas), um espetáculo quase circense do goleiro australiano que entrou em campo exatamente para a disputa dos pênaltis (que garantiu a vaga) e… Nada mais.
O argentino que comanda o Peru, e já treinou o Palmeiras, Ricardo Gareca, não conseguiu nada.
Sequer ousou, mesmo apoiado por uma quantidade impressionante de torcedores que tomou as ruas e hotéis de Doha, provocando surpresa nos qataris – e um certo temor sobre o que aconteceria caso chegassem ao Mundial.
A Austrália, se acreditasse um pouco mais em si mesma, poderia ter definido a partida nos 90 minutos. Não o fez. E o sofrimento do mau futebol se prolongou por mais 30 minutos na prorrogação. E nos pênaltis.
Os australianos começaram perdendo logo sua primeira cobrança. O Peru perdeu a terceira. Na sexta, a Austrália marcou; o Peru não. Fim de sonho para os sul-americanos.
Como também (parece que) terminou o sonho Chile, que acusou o Equador de usar um jogador irregular nas eliminatórias. Vai continuar apelando, mas suas esperanças estão sepultadas.
Com a classificação da Austrália, que para a o Mundial é asiática, resta uma vaga para a Copa do Mundo.
E peço desculpas ao leitor por não falar sobre o resultado entre Costa Rica e Nova Zelândia, que aconteceu (acontecerá) no mesmo Ahmad Bin Ali Stadium nesta terça-feira, dia 14: saio do jogo direto para o aeroporto, voltando para o Brasil.
Faço o caminho inverso: rumo ao Rio, deixando o Qatar.
Nessa viagem de volta, torço para que o Qatar entre no clima do Mundial. Apesar de algumas referências nas ruas, percebe-se que não há, ainda, envolvimento local. Sequer o mascote pode ser visto para venda, ou preenchendo espaço nas ruas ou atividades ditas cotidianas. Uma pena.
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