Público pequeno em Mirassol não deveria animar adversários?

Mando de campo não vale mais e o Guarani pode se impor diante do Mirassol, mesmo na casa dele. Mas precisa jogar bola.

Levo-o a refletir que os tempos são outros quando se atribui pelo menos pequena dose de favoritismo para o time mandante de um jogo.

Brasileirão Série B
Mirassol é forte em casa. Fotos: Marcos Freitas - MFC

BLOG DO ARI


Campinas, SP, 19 (AFI) – Como de hábito, você vai ouvir e ler por aí os ‘estrategistas’ da bola com citações de que o Mirassol joga assim, assado, e que o seu futebol cresce na condição de mandante.

Tudo isso para emendarem que o Mirassol será um adversário difícil para o Guarani.

Permita, meu caro bugrino, sugerir uma leitura diferente.

Levo-o a refletir que os tempos são outros quando se atribui pelo menos pequena dose de favoritismo para o time mandante de um jogo.

A década de 70, por exemplo, dista há pouco mais, ou pouco menos de 50 anos.

Naquela época, havia registro da juizada que levava até uns ‘cascudos’ de seguranças de clubes, quando da chegada aos estádios.

Pela pressão, na dúvida – e até mesmo sem dúvida – o homem do apito pendia para o mandante.

Naquela época, quantos e quantos gramados neste interiorzão tinham condições piores comparativamente aos de vários clubes amadores de Campinas, correto?

Logo, o tal do morrinho artilheiro fazia a diferença.

Naquele período, estádios por aí viviam lotados, e a pressão das arquibancadas tinham reflexo imediato para os jogadores do time mandante.

ARBITRAGEM NEUTRA

Hoje, quem ousa fazer ‘careta’ para equipe de arbitragem na chegada aos estádios?

Aquelas ‘lambanças’ e safadeza ficaram no passado. Assim, os erros de hoje são mais acidentais, até porque o VAR se encarrega do papel de ‘agente’ fiscalizador.

Hoje, os gramados são basicamente bem cuidados e prontos para gratificar quem pratica um bom futebol.

PÚBLICO IRRISÓRIO

Em vez do natural preâmbulo, esta introdução alongada tem por objetivo citar que há circunstância que respeito em demasia ao adversário, só por atuar na condição de visitante, tem que ser relativizada.

Se o Mirassol joga para público na faixa de dois mil torcedores ou até menos, qual o motivo para os seus jogadores ficarem ‘incendiados’ em campo?

Para não alongar, nos fixemos nos três últimos jogos do Mirassol enquanto mandante.

Foram 1.303 torcedores na vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo.

E mesmo depois de aplicar aquela goleada por 3 a 0 sobre a Ponte Preta, em Campinas, foram registrados apenas 1.634 pagantes no jogo em que ganhou do CRB por 1 a 0.

Presumia-se que ao ser citado como real candidato ao acesso fosse motivar os seus torcedores para o jogo diante do Londrina, quando estabeleceu vantagem por 2 a 0.

Nada disso. O público foi de 2.107 torcedores.

VAI AUMENTAR?

Mesmo que o seu torcedor encontre motivos para agora ajudar no empurrãozinho ao time, a tendência natural é que o crescimento de público seja relativo.

Como o Guarani raramente joga com menos de 50 torcedores em estádios paulistas, aquela turminha também sabe fazer um barulhinho, mesmo com distância de 363 quilômetros separando Campinas de Mirassol, segundo o site rotamapas.com.br .

FICAR ATRÁS?

Todo este cenário faz-se necessário para se colocar a seguinte questão: é o caso do treinador bugrino, Umberto Louzer, orientar os seus jogadores para tanta precaução defensiva, como tem ocorrido com a equipe na condição de visitante nesta Série B do Brasileiro?

A resposta sobre esta questão veremos a partir das 21h30 desta sexta-feira, no Estádio José Maria de Campos Maia.

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