Dos Anjos já deve ter conferido a cara do Novorizontino

Resta saber o antídoto para isso, e o que pretende implementar para surpreender o adversário nesta finalíssima do Paulista A2

Considere os méritos do treinador Eduardo Baptista neste bem treinado Novorizontino. As transições ao ataque são feitas com rapidez

Paulista A2 - Semifinal
Hélio dos Anjos não vai 'dormir de touca' nesta final. Foto: Diego Almeida - AAPP

Campinas, SP, 2 (AFI) – Alô, alô Dos Anjos (Hélio dos Anjos): se o senhor aproveitou bem a folga deste domingo para verificar, em detalhes, quem é esse Novorizontino, que a sua Ponte Preta vai enfrentar na quarta-feira, fez o indispensável.

Se ‘dormir de touca’ já sabe que pode ser surpreendido. Revendo essa goleada do time de Novo Horizonte sobre o Noroeste por 3 a 0, na tarde de sábado, a constatação lógica é que venceu quem teria que vencer.

O que o Noroeste quer da vida com o limitado zagueiro Luizão – ex-Ponte Preta? Esperar que o lateral-esquerdo Régis Pitbull possa acrescentar alguma coisa é sonhar demais. E o goleiro Pablo, que em vez de se jogar na bola, no lance do primeiro gol, para fechar o ângulo, ficou em pé apenas torcendo?

Independentemente de qualquer coisa, o Novorizontino é muito superior ao time de Bauru, e consolidaria a vitória de uma forma ou de outra.

ERROS EVITÁVEIS

Se ficou claro a capacidade de recomposição defensiva da equipe de Novo Horizonte, isso indica que se a Ponte Preta trabalhar a bola com morosidade, a espera da oportunidade de penetração, raramente terá êxito na empreitada.

Como o Novorizontino sabe se agrupar de modo recomendável sem a bola, cobra-se que a Ponte Preta coloque velocidade nas investidas ofensivas.

Um erro primário cometido por jogadores do Noroeste, para recebimento de passes de média e longa distância, foi aguardar a bola chegar ao pé, em vez de ir ao encontro dela. Esse erro proporcionou incontáveis jogadas de desarme do Novorizontino.

TRANSIÇÃO RÁPIDA

Considere os méritos do treinador Eduardo Baptista neste bem treinado time do Novorizontino. As transições ao ataque são feitas com rapidez pelos lados do campo, principalmente pela direita, com incursões do adaptado lateral Willen Lepo, em combinações com o atacante Aylon, que sabe fazer a diagonal para terminar jogadas.

Se a Ponte repetir a deficiência do Noroeste no sistema de cobertura, sem rigorosa recomposição do atacante de beirada, vai possibilitar um ‘clarão’ em sua defensiva, só não transformado em efetividade ao adversário, no sábado, pela deficiência de finalização através de Lepo. No lado esquerdo, Eduardo Baptista opta por dois laterais que fazem revezamento para o avanço, casos de Reverson e Roberto.

VARIAÇÕES

O Novorizontino coloca em prática várias alternativas para que a bola possa chegar ao ataque.

Quando o adversário se posiciona atrás, ela é rodada de uma lateral a outra do gramado, à espera da chance para se ‘espetar’.

Abrindo-se espaço para explorar jogadas de velocidade, em contra-ataques, a missão é cumprida pela agilidade de Marlon e Rômulo, além da função tática do centroavante Ronaldo, quer para fazer a ‘parede’, quer para o giro da bola, estilo que difere de outros tempos em que era tipicamente jogador de área.

Meias e atacantes do Novorizontino alternam marcação sob pressão ou meia pressão na saída de bola do adversário.

Nesta estratégia, o Noroeste foi induzido ao erro de passe, até porque não dispõe de jogadores devidamente qualificados para que a bola saísse limpa de trás.

PICOTAR O JOGO

Sem a bola, o Novorizontino não titubeia em ‘picotar’ o jogo, para evitar progressão do adversário.

E quando atacado, conta na zaga central com a eficiência de Adriano Martins, que mostrou-se soberano no jogo aéreo e a devida velocidade para coberturas.

Tal como aqueles que observaram criteriosamente a cara deste Novorizontino, Dos Anjos de certo o conferiu.

Resta saber o antídoto para isso, e o que pretende implementar para surpreender o adversário nesta finalíssima do Paulista da Série A2. 

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