Dos Anjos agrega virtudes ofensivas a Léo Naldi na Ponte Preta

Só pode ser dedo do treinador Hélio dos Anjos, ao ter a devida percepção que o gás de sobra de Léo Naldi poderia ser explorado bem além dos 'volantões' comuns

Ponte Preta
Léo Naldi, orgulho da família. Foto: Thiago Toledo - PontePress

Campinas, SP, 21 (AFI) – Que saudade do jornalismo esportivo de outrora, quando se tinha informações precisas de fatos ocorridos nos clubes. Foram tempos em que o chamado repórter setorista vivenciava a agremiação e, como dizia o saudoso narrador de futebol Pereira Neto, trazia o ouvinte – acrescente leitor – lado a lado à informação.

Hoje dizem apenas que o futebol do volante Léo Naldi melhorou bastante.

Oras, só não enxerga isso quem é cego.

A questão é mais ampla.


Qual o motivo faz um volante tipicamente de marcação, que basicamente ‘picotava’ o jogo do adversário, a se transformar em construtor de jogadas?

Décadas passadas, quando o repórter acompanhava treinos, ninguém precisava contar os detalhes que favoreciam o crescimento de produção de um jogador. Bastava conferir e pronto.

Hoje, sem que o repórter tenha acesso aos preparativos dos elencos, o comodismo é tanto que não há preocupação de se interrogar o atleta, a fim de que ele conte como foram atingidas metas de progresso no rendimento.

Paulista A2 - Majestoso
Léo Naldi fez dois gols. Fotos: Karen Fontes – AAPP

HÉLIO DOS ANJOS

Na falta de informação, apelamos para a lógica dedução.

Só pode ser dedo do treinador Hélio dos Anjos, ao ter a devida percepção que o gás de sobra de Léo Naldi poderia ser explorado bem além dos ‘volantões’, que se restringem ao cinturão de marcação na cabeça da área.

De fato, principalmente os jogos desta temporada mostraram que Léo Naldi poderia ampliar bem mais o percurso.

E não é que Dos Anjos se baseou nas funções então desempenhadas pelo meio-campista Wallisson, de triste memória ao torcedor pontepretano, pelo procedimento adotado de forçar o desligamento da Ponte Preta.

Pois Dos Anjos ordenou que Léo Naldi repetisse a estratégia com Wallisson e ocupasse aquela faixa adiantada do lado direito do gramado, e participasse da construção de jogadas ofensivas até com finalizações.

DOIS GOLS

Os frutos surgiram até antes do esperado, pois a confiança de Léo Naldi nos chutes de longa distância já resultou em dois gols nesta Série A2 do Paulista.

Claro que ele não tem a características de cabeceador de Wallisson, com excelente aproveitamento no quesito, mas, ao acrescentar virtudes descritas em seu repertório, começa a despertar interesse de clubes como o Vasco.

Agora, sabiamente dirigentes da Ponte valorizam a permanência do atleta, que apenas em agosto próximo vai completar 22 anos de idade, com natural projeção que futuramente possa agregar outros valores ao seu futebol.

UM DETALHE

Por vezes, Léo Naldi se entusiasma com a liberdade ofensiva e até se descuida da obrigatoriedade de resguardar o setor, principalmente quando a Ponte Preta administra vantagem no placar.

Como ele tem se posicionado mais avançado, há situações durante as partidas que o lado direito da defesa fica desguarnecido, uma atribuição, portanto, do professor Dos Anjos encontrar alternativas conciliatórias.

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