Ari na Copa: Messi se completa ao também jogar para o time

Antes o time jogava para ele, agora ele prefere simplificar com toques pensados de bola. Parece ter quatro olhos, pela solidariedade em servir os companheiros

Messi absorve com sabedoria a máxima do ex-treinador Menotti de que o drible é dispensável até se atingir a intermediária adversária.

Messi na Argentina no Catar
Argentina de Messi é campeã. (Foto: Divulgação / Fifa)

Campinas, SP, 19 (AFI) – A sabedoria popular diz que o passar dos anos é um santo remédio de aprendizagem. E isso se aplica ao meia-atacante Lionel Messi, astro principal da Seleção da Argentina.


Se antes a equipe jogava em função dele, delegando atribuições para que decidisse jogos, hoje, aos 35 anos de idade, por vezes prefere simplificar a jogada com toques pensados de bola.


Hoje, Messi absorve com sabedoria a máxima do ex-treinador César Luis Menotti de que o drible é dispensável até se atingir a intermediária adversária.

Se antes, por causa de seguidos arranques, olhava mais para o chão do que os companheiros, hoje parece ter quatro olhos, devido à postura de solidariedade para servi-los.

Messi é campeão do mundo
Messi ergue o troféu da FIFA. Foto: Reprodução Fifa

ASSISTÊNCIA

Exemplos? Nas quartas de final da Copa do Mundo, contra a Holanda, ao conduzir a bola rumo à meta adversária, colocou à prova a capacidade singular para vislumbrar a penetração do lateral-direito Molina, às costas de um zagueiro, e o serviu, para que a jogada fosse completada em gol, aquele que abriu o placar daquele jogo.

Veio a semifinal diante da Croácia e outra assistência clássica, que igualmente terminou em gol.

Após sequência de dribles sobre o zagueiro Gvardiol – que fizeram lembrar o saudoso Mané Garrincha -, pelo lado direito do gramado, a constatação do reflexo apuradíssimo na precisão do passe pra trás, ao companheiro de ataque Julián Álvarez, que chegava no tempo exato para concluir.

SCALONI

Para aqueles que relativizam a importância de treinadores na condução de equipes de futebol, o argentino Lionel Scaloni está aí para desmentir.

Será que o ex-treinador Muricy Ramalho vai continuar com a ultrapassada opinião de que o profissional de comando tem, se muito, 30% de participação efetiva na condução de uma equipe?

Seja por quais forem as razões, Scaloni não repetiu a equipe argentina durante os jogos da competição.

Transmitiu confiança ao atacante Julián Álvarez, 22 anos de idade, e o meio-campista Enzo Fernández, 21.

A vitalidade física de ambos foi assustadora.

Quem imaginou Álvarez como aquele ‘centroavantão’ fixo na área adversária, não prestou a devida atenção. Como Messi guarda energia para usá-la apenas com a bola, Álvarez fez a recomposição, transformando-se, por vezes, em terceiro volante.

DE PAUL

Deve-se reservar um parêntese ao meio-campista De Paul, que igualmente faz as funções de atacante de beirada pelo lado direito.

Como corre esse De Paul! E na marcação não titubeia em ‘picotar’ o jogo, com seguidas faltas.

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