Jô Soares cobriu Copas, torcia pelo Flu e 'cornetava' seleção: 'Bota ponta, Telê'

Ele foi um dos maiores nomes da comunicação brasileira

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Jô Soares cobriu Copas, torcia pelo Flu e 'cornetava' seleção: 'Bota ponta, Telê'. (reprodução/tv globo)

São Paulo, SP, 05 – Jô Soares, que morreu na madrugada desta sexta-feira, teve uma vida ligada ao futebol. Torcedor do Fluminense, o ex-apresentador, escritor e humorista cobriu algumas edições da Copa do Mundo e viu o bordão “Bota ponta, Telê” ficar famoso na década de 1980, “cornetando” o então técnico da seleção brasileira. Antes do Mundial de 1982, seu personagem humorístico chamado Zé da Galera, do programa “Viva o Gordo”, da TV Globo, pedia que Telê Santana colocasse pontas no time titular.

“Telê, acorda. Quem fala aqui é o Zé da Galera. Estou te ligando para fazer um apelo. Ponta é muito importante, Telê. Bota ponta na seleção, Telê. Todo mundo diz que você tem estrela e estrela também tem ponta. Você está cuspindo no prato que comeu? Você também foi ponta, Telê”, pedia ao treinador em uma ligação feita de um orelhão. O apelo tomou grandes proporções. Em uma entrevista, o então atacante da seleção brasileira Renato Gaúcho até agradeceu Jô Soares pela campanha, dizendo que mais técnicos estavam dando oportunidades aos pontas.

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Jô Soares cobriu Copas, torcia pelo Flu e ‘cornetava’ seleção: ‘Bota ponta, Telê’. (reprodução/tv globo)

“Penso como o Zé da Galera – afinal, sou torcedor de me descabelar quando a seleção joga – e não posso deixar de insistir na pergunta: cadê os pontas, Telê? Telê, tem de ser ponta autêntico, como o Éder. Este, pelo menos, não estranha a grama do campo”, escreveu Jô em um longo texto à época para a revista Placar, dando palpites em todos os setores do time brasileiro.

Jô esteve presente na Copa do Mundo de 1950, em que o Brasil foi derrotado na partida decisiva para o Uruguai em um Maracanã lotado, e também na de 1954. As duas experiências fizeram com que escrevesse um livro, ao lado dos jornalistas Armando Nogueira e Roberto Muylaert, que também acompanharam in loco a seleção brasileira. “A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar” foi lançado em 1994.

No Mundial de 1994, levou o programa “Jô Soares Onze e Meia”, do canal SBT, para os Estados Unidos. Dessa vez, Jô foi “pé quente” e deu sorte para o Brasil, que venceu a Itália na final e encerrou um jejum de 24 anos sem levantar a taça da Copa do Mundo. Já no último Mundial, em 2018, na Rússia, foi convidado pelo canal Fox Sports a participar da cobertura da competição.

Em toda a história nos seus programas de entrevista, sempre levou os principais nomes do esporte para debater sobre suas carreiras, de Ronaldo Fenômeno a Ayrton Senna.

Pelas redes sociais, o Fluminense lamentou a morte do seu torcedor ilustre na manhã desta sexta-feira. “O Fluminense lamenta profundamente a morte do apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares, um dos principais nomes do cenário cultural brasileiro e Tricolor de coração. Desejamos muita força aos amigos e familiares”.

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