Velha garra da Ponte Preta foi vital contra o Juventude

Se tem uma coisa que pontepretano não pode reclamar é do espírito guerreiro da equipe. Esta bravura determinou o empate sem gols.

Se não 'refrescou' muito, pelo menos foi traduzido na certeza que, ao término do 1º turno, o time não corre risco de voltar à zona e queda

Brasileirão - Série B
Elvis requer mais força física na Ponte Preta. Fotos: Marcos Ribolli - AAPP

Campinas, SP, 19 (AFI) – Se tem uma coisa que pontepretano não pode reclamar é do espírito guerreiro da equipe. Esta bravura foi a responsável pelo time ter conquistado o empate sem gols diante do Juventude, na noite desta terça-feira, em Campinas.

Adiantou ganhar apenas um ponto, e chegar aos 22 neste Campeonato Brasileiro da Série B?

Se não ‘refrescou’ muito, pelo menos foi traduzido na certeza que, ao término do primeiro turno, neste final de semana, o time não corre risco de voltar à zona de rebaixamento, mesmo que perca para o CRB na noite da próxima sexta-feira, em Maceió (AL).

Claro que apenas correria não resolve, mas reflete um velho jargão: ‘é o que se tem para o momento’.

ORGANIZAÇÃO

Em termos de organização em campo, nem se compara a postura do Juventude à da Ponte Preta.

Enquanto ele valoriza a saída de bola e consegue trabalhá-la até as proximidades do último terço do gramado, a equipe pontepretana teve apenas o mérito de se ajustar defensivamente e, incontinenti, a tentativa de colocar velocidade nos contra-ataques.

E foi através desta característica que o centroavante Eliel, lançado em profundidade, teve a primeira das duas chances reais de gols do time campineiro.

Na saída do goleiro Thiago Couto, do Juventude, para chegar ao ângulo, o chute de Eliel foi descalibrado, com bola à direita da meta adversária.

No mesmo estilo de bola lançada, a finalização do atacante Tales foi na direção do goleiro Couto, que defendeu com o pé, aos onze minutos do segundo tempo.

Convenhamos: muito pouco para o torcedor que enfrentou uma noite gelada no Estádio Moisés Lucarelli, na esperança de vitória.

CARPINI

Se o treinador Thiago Carpini fez jus aos elogios recebidos pelo seu trabalho, por onde passa, e que a estruturação tática do time gaúcho é perceptível, convenhamos que desta vez não enxergou as ‘peças do tabuleiro’ como de costume.

Nada justifica o posicionamento extremamente avançado do lateral-direito Reginaldo, como se fosse um ponteiro-direito à moda antiga, quando o forte dele é arrancar com a bola, de trás. Tivesse Reginaldo ligado no jogo, logo aos onze minutos do primeiro tempo, teria colocado o Juventude em vantagem no placar.

Ao ingressar na área, livre de marcação, com chance de finalização, bobeou ao procurar um companheiro para o passe, que saiu errado. Não apenas por isso, mas o rendimento dele, no geral, indicava que fosse substituído, mas ficou em campo até o final.

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Ponte Preta chegou pouco ao ataque. Foto: Marcos Ribolli – AAPP

NENÊ

Se o meia Nenê andou literalmente em campo, a partir dos dez minutos do segundo tempo, por que segurá-lo até o final?

Com a bola nos pés, Nenê vai deixar saudade, caso se confirme a despedida do futebol no final da temporada, aos 42 anos de idade.

E ele até teve chance de deixar a sua marca contra a Ponte Preta, aos sete minutos do segundo tempo, quando, dentro da área, o chute com endereço certo parou nas mãos do goleiro Caíque França, na única defesa difícil que ele praticou no jogo.

ÉLVIS

O atleta supostamente encarregado da criação ofensiva da Ponte Preta, caso do meia Elvis, carece de mobilidade para a competitiva Série B.

Assim, vive de lampejos em alguns lançamentos, como aquele que colocou Tales na cara do gol, além de preocupar o adversário em lances de bola parada, na ofensiva.

Na prática, jogadores de ataque da Ponte Preta foram novamente absorvidos pela marcação adversária.

E quando se esperava que Mailton, escalado na sua real posição de lateral-direito, fosse emplacar, ficou devendo, enquanto do lateral-esquerdo Artur pouco se esperava ofensivamente.

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Jogo amarrado no Majestoso. Foto: Marcos Ribolli -AAPP

OLHAR O ESPELHO

Enquanto a Ponte Preta deixou de fazer a sua parte, constatou-se equipes do pelotão de baixo conquistando vitórias e procurando se desgarrar das últimas posições.

Tanto Tombense como Chapecoense chegaram aos 18 pontos, quatro a menos do que ela.

Isso foi possível após alcançarem vitórias por 2 a 1 e 1 a 0, respectivamente, diante de CRB e Ituano.

Agora, o desafio pontepretano é trazer ponto(s) de Maceió (AL), na noite de sexta-feira, quando vai enfrentar o CRB, ávido por reabilitação. 

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