Série B: Celsinho desabafa sobre 'amarelada' do STJD em caso de racismo: "vergonhoso"

Celsinho acompanhou o julgamento desta quinta-feira

Celsinho Londrina SerieB 2021
Celsinho vem sofrendo com ofensas racistas durante a Série B

Londrina, PR, 18 (AFI) – O meia Celsinho lamentou o resultado do julgamento sobre ofensa racial que absolveu o Brusque no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta quinta-feira à tarde. Abatido, ele desabafou e lamentou a postura do órgão disciplinar com a decisão.

“O STJD tinha uma grande oportunidade de mudar tudo. De fazer algo bem positivo. Ficar bem visto por todos e acabou dando um tiro no próprio pé. Ao invés de evoluir, eles retrocederam. Muito vergonhoso. Que grande decepção”, disse o jogador ao Blog da jornalista Gabriela Moreira.

A declaração de Celsinho aconteceu após o Brusque ter sido apenas punido com a perda de um mando de campo, além de multa de R$ 60 mil pelo caso de racismo de um dirigente nas arquibancadas do estádio Augusto Bauer. Condenação muito leve ao time catarinense, que poderia perder até três pontos na classificação da Série B.

O dirigente racista, Júlio Antônio Petermann, presidente do Conselho Deliberativo do Brusque, foi punido com suspensão de 360 dias e multa de R$ 30 mil. Condenação que foi unânime por todos os integrantes do STJD.

Até esta quinta-feira, o Brusque havia ficado com -3 pontos na classificação da Série B devido ao ato de racismo. Mas o clube recorreu e conseguiu reaver esta pontuação, agora aparecendo em 14º lugar, com 44 pontos, ficando próximo de se manter na Segunda Divisão do ano que vem.

Além de Celsinho, a comunidade do futebol de um modo geral lamentou a decisão do STJD, que ‘amarelou’ para um caso grave de racismo.

RELEMBRE O CASO         
Celsinho relatou ter sido chamado de “macaco” por um senhor ligado ao Brusque durante partida. No intervalo, o jogador chamou o quarto árbitro do jogo e chegou a apontar a pessoa que proferiu as ofensas racistas.

RECORRENTE
Foi a terceira vez que o jogador sofreu com racismo. A primeira foi no jogo contra o Goiás, no dia 17 de julho, onde um narrador e um comentaristas da Rádio Bandeirantes Goiânia usaram termos como “cabelo pesado”, “bandeira de feijão” e “um negócio imundo” para comentar do cabelo do atleta.

Pouco tempo depois, em partida contra o Remo, narrador Cláudio Guimarães, da Rádio Clube do Pará, falou que Celsinho vai “com seu cabelo meio ninho de cupim para bater na bola”.

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