RUMO A DOHA, por Vicente Datolli

Nesta semana, Vicente Dattoli faz uma avaliação da arbitragem brasileira no Qatar 2022, ampliando a discussão sobre o tema arbitragem.

Destaque para Neuza Inês Back, que será a primeira mulher brasileira a trabalhar como assistente em uma Copa do Mundo

Rumo a Doha
Neuza Inês Back será a primeira mulher brasileira a trabalhar como assistente em uma Copa do Mundo (Foto: Kin Saito/CBF)

Nesta semana a coluna do jornalista Vicente Dattoli, no Portal Futebol Interior, faz uma avaliação da arbitragem brasileira no Qatar 2022, ampliando a discussão sobre o tema arbitragem. CONFIRA!

Com 36 árbitros, 69 auxiliares e 24 assistentes de vídeo, a Fifa divulgou os responsáveis pela condução dos jogos da Copa do Mundo do Qatar. Para o Brasil, uma novidade boa: teremos dois árbitros entre os escolhidos – além de cinco auxiliares. E, para o mundo, uma notícia surpreendente: foram designadas seis mulheres (três árbitras, três auxiliares, sendo uma delas brasileira) para os jogos masculinos. Será a primeira vez que isso irá acontecer nos 92 anos de Mundial. A preparação coletiva (para uniformizar os procedimentos e tentar reduzir ao mínimo os erros e as divergências de interpretação) começará em junho. 

Do Brasil foram selecionados Raphael Claus e Wilton Sampaio (árbitros) e Neuza Back, Bruno Boschilia, Rodrigo Figueiredo, Bruno Pires e Danilo Simon (auxiliares). “Como sempre, procuramos valorizar a qualidade. Todos os escolhidos possuem um nível de qualidade mundial. Queremos repetir o êxito das arbitragens do Mundial de 2018, que valorizou a competição. Nossa intenção é que a Copa do Qatar siga o mesmo caminho, pelo menos no que diz respeito às arbitragens”, explicou o lendário árbitro italiano Pierluigi Colina, presidente da Comissão de Árbitros da Fifa. 

Essa declaração de Colina talvez explique a ausência de vídeo assistentes brasileiros, os famosos VAR. Afinal de contas, toda rodada do Brasileiro temos críticas e mais críticas às atuações dos responsáveis pela ferramenta que deveria terminar com as discussões – e no Brasil, acontece exatamente o contrário. Da demora na interpretação dos lances, às linhas pessimamente traçadas para determinar posições de impedimento, os VAR brasileiros demonstram que não possuem qualidade para atuar em torneios de grande porte, principalmente se comparados a seus colegas estrangeiros. 

O projeto “Rumo ao Qatar 2022”, começou em 2019. Desde então, mesmo com a pandemia, mais de 50 trios de arbitragem, possíveis candidatos, foram observados. “A pandemia atrapalhou muito nosso trabalho em 2020. Um pouco menos em 2021, mas tivemos de superar vários problemas. Não foi nada fácil, afinal, as atividades presenciais ficaram suspensas por muito tempo”, lamentou Colina, não sem antes mandar um recado. “Fizemos o anúncio com antecedência, mas não pensam que as coisas não podem mudar”, afirmou, desafiando os escolhidos a continuarem trabalhando em alto nível. 

A presença de seis mulheres na lista é surpreendente e motivo de satisfação. Para nós também, claro, afinal de contas a catarinense Neuza Back faz parte desta relação revolucionária. Além de Neuza, auxiliar, foram chamadas as árbitras Stéphanie Frappart (França), Salima Mukansanga (Ruanda) e Yoshimi Yamashita (Japão) – e as assistentes Karen Díaz Medina (México) e Kathryn Nesbitt (Estados Unidos). “Essas escolhas completam um grande processo de trabalho em torneios masculinos juvenis e profissionais”, explicou Colina – não devemos esquecer que tivemos mulheres em jogos do Mundial de clubes. 

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