Ponte Preta falha nos dois gols da derrota para Criciúma

O Criciúma é mais bem arrumado em campo em todos os setores, e fez por merecer esta vitória por 2 a 1, na noite desta sexta-feira, sobre a Ponte Preta

Apesar de tudo isso, a vitória do Criciúma só foi construída em decorrência de duas falhas defensivas do time pontepretano no Majestoso

Ponte Preta ainda não venceu na Série B
Ponte Preta ainda não venceu na Série B. Foto: Thiago Almeida - AAPP

Campinas, SP, 22 (AFI) – Difícil para o torcedor pontepretano entender que o time do Criciúma é mais bem arrumado em campo em todos os setores, e fez por merecer esta vitória por 2 a 1, na noite desta sexta-feira, em Campinas, pela segunda rodada do Brasileiro da Série B.

Tem-se que admitir que o time catarinense qualifica a saída de bola da defesa, tem transições pelas beiradas do campo, e observa-se constante movimentação de seus jogadores em busca do espaço vazio, visando variação de jogadas. Todavia, apesar de tudo isso, a sua vitória só foi construída em decorrência de duas falhas defensivas do time pontepretano.

Logo, não é o caso de sair por aí esculachando jogadores da Ponte Preta e até o treinador interino Felipe Moreira, pois é o que se tem para o momento. Não se pode cobrar mais de quem não tem esse algo mais para colocar em prática. Sem contratações pontuais, o que se espera é que o novo comando técnico proceda substituições recomendáveis, na expectativa de se extrair mais para o conjunto, ou aguardar o retorno de titulares, lesionados, que fazem falta.

Série B - Ponte Preta 1 x 2 Criciúma
Felipe Moreira fez tentativas válidas na Macaca. Foto: Thiago Almeida – AAPP

MOREIRA

A bem da verdade, prudentemente Felipe Moreira procurou ajustar um melhor posicionamento para o então meia Matheus Jesus, usado pelo antecessor Hélio dos Anjos basicamente na faixa da direita do gramado, e adiantado. Contra o Criciúma, o atleta cumpriu determinação de trabalhar por dentro, como terceiro volante, sendo mais participativo na marcação.

O grave problema da Ponte Preta é a falta de capacidade para penetração na defesa adversária que esteja bem posicionada. Na Série A2 do Paulista havia dependência do então driblador e velocista Pablo Dyego, que deixou de mostrar essas virtudes há tempos, aceitando implacáveis marcações.

Assim, sem que seja devidamente abastecido, o centroavante Jeh aparece apenas em lances isolados e pelo alto, como no gol de empate e testada no travessão aos 12 minutos do segundo tempo.

Ponte Preta 1 x 2 Criciúma - Série B
Jeh foi pouco acionado em campo. Foto: Thiago Almeida

MAÍLTON

Moreira até imaginou usar com eficiência o lado direito ofensivo do campo ao escalar o lateral-direito Maílton. De certo, o que não contava é que o atleta nem de longe lembrasse aquelas transições rápidas ao ataque e capacidade de infiltração. Por isso foi válida a troca no intervalo, ao fixar o polivalente Luiz Felipe na lateral-direita, com entrada de Feliphinho como volante.

Outro sério problema da Ponte Preta tem sido a escalação do lateral-esquerdo Júnior Tavares, que nada acrescenta ofensivamente. Aí fica a incerteza sobre a hipótese de fixação do reserva Jean Carlos à vaga, pois embora tenha melhor rendimento quando ataca, suas deficiências defensivas são claras.

Se é que pode-se assinalar como erro de Felipe Moreira na partida, foi ter sacado Jeh para entrada de Eliel, aos 19 minutos do segundo tempo, visando mais mobilidade ofensiva, quando o correto seria a substituição de Pablo Dyego, quer por Eliel, quer por Gui Pira, que entrou apenas aos 37 minutos do segundo tempo.

Afora isso, essa é a cara da Ponte Preta, um time que vai ganhar de quem tecnicamente se igualar ou seja inferior a ela, pelo menos até a metade do campeonato, quando será reaberta a janela para contratações.

CAÍQUE FRANÇA

Se o goleiro Caíque França praticou duas defesas difíceis ainda no primeiro tempo, em chute de Éder e finalização de Fabinho, na prática vacilou no gol marcado pelo lateral-esquerdo Marcelo Hermes que, sem ângulo, tocou de cabeça na bola, após cruzamento de Marquinhos Gabriel, aos 11 minutos do primeiro tempo.

EMPATE

Dois minutos depois a Ponte Preta chegou ao empate após cobrança de escanteio, ocorrido no único lance de lucidez de Pablo Dyego que, ao finalizar, obrigou o goleiro Gustavo a praticar defesa no chão, no canto direito.

Aí, na cobrança através de Élvis, primeiro a cabeçada de Jeh, rebote do goleiro, e oportunismo de Matheus Jesus para aproveitar a chance. A rigor, além de ser absorvido pela marcação, Pablo Dyego foi driblar nas proximidades de sua área, perdeu a bola, e Fabinho, do Criciúma, obrigou Caíque a praticar a citada defesa, aos 26 minutos.

EDSON

Não bastassem os problemas já citados, é natural que o aproveitável e novato zagueiro Edson vai vacilar em uma ou outra jogada, coisa natural da inexperiência, como ocorreu na construção do segundo gol do Criciúma, aos 31 minutos do primeiro tempo.

Evidente que a visão de jogo do meia Marquinhos Gabriel foi preponderante na enfiada de bola, mas se o zagueiro Arthur estava na expectativa da definição da jogada do meia, era imprescindível que o seu parceiro Edson acompanhasse o deslocamento de Felipe Mateus, que ficou livre ao receber o passe, e finalizou com sucesso aos 31 minutos do primeiro tempo.

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