Palmeiras e Corinthians fazem primeiro dérbi com técnicos portugueses na história

Palmeiras busca vencer o seu terceiro clássico, enquanto o Corinthians tenta o seu primeiro

Palmeiras e Corinthians voltam a se enfrentar com técnicos estrangeiros após 56 anos

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Vitor Pereira x Abel Ferreira duelam pela primeira vez como técnicos - Fotos: Cesar Greco/Palmeiras e Rodrigo Coca/Agência Corinthians

São Paulo, SP, 17 – O duelo entre Palmeiras e Corinthians, nesta quinta-feira, às 20h30, no Allianz Parque, pela sexta rodada do Campeonato Paulista, é um dérbi histórico. O clássico volta a reunir dois técnicos estrangeiros depois de 56 anos e opõe pela primeira vez dois portugueses entre os comandantes. Abel Ferreira e Vitor Pereira são as atrações da partida que reúne os dois times de melhor campanha do Estadual.

O “relvado” do Allianz Parque, que terá seu melhor público no ano – já foram vendidos mais de 38 mil ingressos – recebe o primeiro dérbi com técnicos portugueses. O último encontro com estrangeiros entre os comandantes ocorreu em 2 de outubro de 1966, quando o Corinthians do técnico uruguaio Filpo Núñez venceu por 1 a 0 o Palmeiras do treinador paraguaio Fleitas Solich, em duelo válido pelo Campeonato Paulista daquele ano.

Dois técnicos europeus em um dérbi é algo raro, que não acontece há 93 anos. Em 1929, o antigo Palestra Itália, dirigido pelo húngaro Eugenio Medgyessy, o Marinetti, ganhou por 1 a 0 do Corinthians, comandado pelo italiano Virgilio Montarini. No total, houve 12 partidas entre os arquirrivais com treinadores estrangeiros. O Corinthians ganhou sete, o Palmeiras, quatro e houve um empate.

Os trabalhos de Abel Ferreira e Vitor Pereira estão em estágios muito distintos. O primeiro tem o time nas mãos, de modo que seus atletas sabem o que fazer, jogando de forma coordenada, e conquistou os palmeirenses com quatro títulos em 16 meses.

“O Palmeiras vem em um processo, crescendo. Quando chegamos ao Palmeiras, esse era nosso elenco, a maioria está aqui. Não houve grandes mudanças na equipe. Houve muito trabalho coletivo de todos”, enfatizou o comandante palmeirense.

Vitor Pereira desembarcou no Brasil há menos de um mês e ainda trabalha para implementar suas ideias. Treinou a equipe em apenas duas partidas, na derrota para o São Paulo por 1 a 0 e na goleada sobre a Ponte Preta, por 5 a 0.

“A intenção tem que ser que, para criar uma identidade, não podemos mudar, não podemos ser assim. Temos que acreditar no processo e ele evoluir. Ainda temos alguns erros de abordagem, mas tenho certeza que vamos evoluir”, explicou o treinador corinthiano.

Já classificado ao mata-mata, o Palmeiras tem 26 pontos e precisa de um para se garantir com a melhor campanha entre os 16 times do Paulistão. É o único invicto da competição. O Corinthians é o segundo colocado na classificação geral, com 20 pontos.

ESTRATÉGIAS

O Palmeiras tem uma base formada e é improvável que Abel faça mudanças nela para o clássico. A aposta é na sólida defesa, a melhor do torneio, que levou apenas um gol em dez jogos, e na eficiência da equipe, armada em muitos momentos para se defender com competência e contra-atacar com letalidade.

Recuperados de lesão, Gabriel Menino e Patrick de Paula podem aparecer entre os suplentes. Patrick negocia com o Botafogo e está perto de deixar o Palmeiras. Os desfalques são o zagueiro Luan e o lateral-direito Mayke, lesionados.

“Estamos preparados, não só os 11 que entram, mas também os do banco e quem não vai para o jogo, todo mundo espera esta oportunidade e está treinando bem”, disse Dudu. O camisa 7 crê que as vitórias nos últimos dois clássicos sobre São Paulo e Santos é prova da força da equipe.

O Corinthians deve apostar na velocidade para vencer o clássico. Depois da grande atuação de Willian e Gustavo Mosquito na goleada por 5 a 0 sobre a Ponte Preta, o time até possui uma disputa por posição no setor de criação, já que Giuliano também briga por vaga, mas a tendência é de que a dupla do último jogo seja repetida no dérbi paulista.

Vitor Pereira já havia revelado que não mudará o estilo do time. A linha alta e a pressão pós-perda de bola devem permanecer. Com isso, também é esperado que a equipe siga apostando na saída rápida de Willian e Gustavo Mosquito para fazer transições ao ataque.

“Eu costumo dizer que alguns jogos grandes, como clássicos, são jogos de xadrez. Às vezes, tem que mudar uma peça no momento exato para chegar ao gol”, analisou Renato Augusto, o meio-campista que é o “cérebro” do elenco.

O lateral Fábio Santos e o volante Xavier iniciaram transição física e não devem voltar a tempo do jogo com o Palmeiras. O meio-campista Roni já vem treinando com o restante do elenco.

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