ONG de ex-jogador de Grêmio e Flamengo recebe mais de R$ 40 milhões do governo federal

Um deputado e um senador são os principais padrinhos da ONG

Mais de um terço do valor foi via orçamento secreto

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Léo Moura leva o nome do instituto - Foto: Divulgação

Campinas, SP, 10 (AFI) – O ex-jogador e atual empresário Léo Moura, que jogou por gigantes como Grêmio e Flamengo, recebeu, nos últimos dois anos, R$ 41,6 milhões do Governo Federal, através da Secretaria Especial do Esporte, para um instituto que leva seu nome e promove treinamento de futebol para crianças e adolescentes.

Mais de um terço (36,5%) do valor foi enviado via orçamento secreto, prática usada pelo presidente Jair Bolsonaro para destinar bilhões de reais de dinheiro público a um grupo de parlamentares sem critérios claros, em troca de apoio no Congresso.

Os padrinhos dos pagamentos à ONG são, principalmente, o deputado bolsonarista Luiz Lima (PSL-RJ) e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado.

DISCREPÂNCIA

A quantia destinada ao Instituto Léo Moura entre 2020 e 2021 é quase o dobro do enviado à Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBD), a segunda colocada, com R$ 27,5 milhões. Também supera o que foi enviado a confederações de esportes olímpicos, como a Confederação de Desportos Aquáticos (R$ 9,1 milhões), Ginástica (R$ 8,4 milhões), Vôlei (R$ 8,4 milhões) e Boxe (R$ 7,1 milhões).

O Ministério da Cidadania, ao qual a Secretaria Especial do Esporte está vinculada, diz que os recursos foram indicações de parlamentares, com execução obrigatória, ou seja, sem que o governo pudesse escolher para quem enviar.

Tanto Alcolumbre quanto Luiz Lima defenderam a importância do projeto e negaram irregularidades. Ambos exploram eleitoralmente a iniciativa ao terem suas imagens expostas em banners e em eventos de divulgação das atividades realizadas.

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