Luto! Morre ex-Vitória e Guarani que fez sucesso no Grêmio

Responsável por uma das imagens mais marcantes do futebol gaúcho, André Catimba nos deixou nesta quarta-feira

Ídolo faleceu aos 74 anos e as causas ainda não foram reveladas

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Foto: Armênio Abascal Meireles/Agência RBS

Campinas, SP, 28 (AFI) – O atacante André Catimba, ou “Cambalhota”, faleceu nesta quarta-feira. A morte foi confirmada pelos familiares. O jogador foi ídolo no Vitória e Guarani. André, porém, foi imortalizado mesmo pelo Grêmio quando marcou o gol do título gaúcho de 1977 contra o Internacional na vitória por 1 a 0 e na hora da comemoração fez história.

Carlos André Avelino de Lima tinha 74 anos e as causas ainda não foram reveladas. Nascido em Salvador, na Bahia, ele começou a carreira no modesto Ypiranga-BA antes de se transferir ao Vitória. Catimba também está nos livros como o primeiro brasileiro a jogar com Diego Armando Maradona, pelos Argentinos Juniors-ARG.

INÍCIO AVASSALADOR

André chegou ao Leão da Barra em 1971 e, logo no ano seguinte, comemorou a inédita e única conquista do Campeonato Brasileiro. O time ficou marcado como um dos melhores da história do Vitória e contava com Osny, Mário Sérgio e Fernando Silva, além do próprio atacante.

Após cinco anos, André deixou o clube com a expressiva marca de 90 gols em 191 partidas e, até hoje, está entre os cinco maiores artilheiros do clube. Em 76, Catimba levou toda a capacidade goleadora para Campinas. Apesar de não ficar tanto tempo no Guarani, o centroavante foi campeão do primeiro turno do Campeonato Paulista daquele ano e encerrou a passagem com 27 gols.

SALTO IMORTALIZADO

Em seguida, Catimba se tornou “Cambalhota” pelo Grêmio. O ano era 1977 e o Campeonato Gaúcho seria decidido por um Gre-Nal. O Colorado buscava o nono título consecutivo, enquanto o Tricolor tentava de tudo para evitar mais um ano na seca.

“Livre pelo miolo”, como narrou Celestino Valenzuela, Iura serviu André Catimba em velocidade. O centroavante, de “bico”, acertou o ângulo do goleiro Benítez e estufou as redes. A emoção era tamanha que o jogador, muito acostumado gol, não soube como comemorar e arriscou uma cambalhota. No meio do salto, porém, ele refugou e proporcionou um momento histórico aos gremistas.

O placar, que acabou em 1 a 0, poderia ser aberto antes. O Imortal teve um pênalti e Tarciso foi horrível na cobrança e mandou para fora. Era um sinal para a consagração de André Catimba, ou melhor, Cambalhota. O título inaugurou um período de glórias ao Grêmio com o troféu do Brasileiro de 81 e a Libertadores e Mundial de Clubes de 83.

Em nota nas redes sociais, o clube lamentou:

“Perdemos hoje um dos grandes heróis da nossa história. André Catimba vestiu nossas cores nos anos 70 e tornou-se imortal na conquista do título Gaúcho de 1977, bem como por sua tentativa de cambalhota para comemorar o gol da vitória. Descanse em paz, Catimba.”

FIM DE CARREIRA E COMPANHEIRO DE MARADONA

O centroavante não participou das posteriores conquistas, pois se aventurou no futebol argentino em 1980. A trajetória foi de apenas seis meses. Catimba, porém, se encontrou com Diego Armando Maradona nos Argentinos Juniors.

Ainda jovem, 19 anos apenas, ele estava longe de ser El Díos, mas já mostrava ser gigante. Não só em campo. André foi vítima de injúrias raciais no país e Maradona ajudou demais o brasileiro.

Antes de encerrar a carreira, o ídolo vestiu algumas camisas pelo Norte e Nordeste brasileiro, sem o sucesso de outrora.

ARTUR EUGÊNIO CONTA A HISTÓRIA DE ANDRÉ CATIMBA

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