Como Deschamps transformou uma remendada França em candidata ao título da Copa

Seleção francesa sofreu com diversas lesões às vésperas da Copa.

Treinador está feliz com futebol apresentado, mesmo com tantos desfalques.

Deschamps Franca 2022
Deschamps

Campinas, SP, 13 – Quatro anos e meio depois de derrotar a Croácia por 4 a 2, e conquistar o bicampeonato mundial, em Moscou, na Copa da Rússia, parecia que a França estava condenada a fazer papel de coadjuvante, no Mundial do Catar, tamanha a quantidade de desfalques que surgiram. Instalado no seu quartel-general no Centro Nacional de Desenvolvimento de Futebol, em Clairefontaine, nos arredores de Paris, o técnico Didier Deschamps quebrou a cabeça para montar um time que pudesse ser competitivo.

Mas não era um desafio fácil para ele. De cara, o meio-campo titular da seleção da França, com Paul Pogba e N’golo Kanté, foi descartado para aparecer nos campos do Catar. Kanté teve que ser operado de uma complicada lesão nos músculos da sua coxa, em outubro, enquanto Pogba sofreu com o seu joelho direito.

Também tiveram que desistir da Copa o goleiro Mike Maignan, destaque do Milan, o zagueiro Prenel Kimpembe, um dos pilares da defesa francesa, e o artilheiro Karim Benzema, vencedor da última Bola de Ouro, machucado a poucos dias da divulgação da lista de convocados. Já no Catar, na fase de grupos, foi a vez do lateral Lucas Hernández se machucar.

Pois, mesmo com o time todo remendado e repleto de caras novas, eis que o técnico Didier Deschamps está, de novo, nas semifinais. E é o grande favorito para derrotar Marrocos e fazer mais uma final em um Mundial.

Escaldado pelos seus problemas, o técnico da França tenta negar o favoritismo da sua seleção. “Termos um jogo difícil contra uma equipe muito bem preparada e motivada”, disse Deschamps. “Para vencer em uma semifinal, será preciso que nossa seleção mostre força coletiva, talento individual e que está preparada”.

E ele não espera nenhuma facilidade por parte da seleção marroquina. “Tentaremos achar uma solução contra equipe organizada, racional, que sabe se defender e tem qualidade ofensiva para perturbar os seus adversários”, diz Deschamps. “Nosso objetivo será manter a coerência do nosso jogo, criar ocasiões e marcar gols”.

Comandante de uma equipe na qual reluz o talento de Kylian Mbappé, a segurança do goleiro Hugo Lloris, o talento de Antoine Griezmann e o oportunismo de Olivier Giroud – que foram campeões mundiais na Rússia -, Deschamps evita cotejar um time com o outro. “Não é possível comparar seleções de duas competições diferentes”, diz Deschamps. “A única similaridade entre aquele nosso percurso bem-sucedido, na Rússia, e o atual é que a França chegou, novamente, em uma semifinal.”

“Como treinador, posso dizer que esta equipe da França que disputa o Mundial do Catar surpreende positivamente”, afirmou. “Alguns jogadores estão na sua primeira Copa. Não sabíamos como poderia reagir no plano emocional, sob pressão. Mas, a integração dos mais novos com os mais experientes se passa muito bem e uma dinâmica positiva se instalou no nosso time.”

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