Campinas, SP, 23 (AFI) – Apesar das emoções inerentes ao futebol e ao esporte em geral, morar perto de arenas esportivas pode ser desagradável quando se está vulnerável à poluição sonora produzida pela disputa esportiva. Hoje em dia, os maiores estádios, cada vez mais modernos, tomam uma série de precauções para poupar a vizinhança dos ruídos produzidos no seu interior – mas também existe a possibilidade de que os próprios moradores tomem ações para se proteger.

O barulho dos estádios não gera risco de problemas mais sérios como perda auditiva para os vizinhos, mas, ainda assim, a poluição sonora tem grande potencial para causar incômodo quando não é contida por soluções de isolamento acústico – como gerar stress, insônia ou pressão alta, por exemplo.

“Todo e qualquer ruído perturbador ou indesejado que afeta os seres humanos e mesmo a vida selvagem está poluindo o meio ambiente”, afirmou à revista Veja a otorrinolaringologista Tatiana Alves Monteiro, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

A Copa do Mundo de 2010, sediada pela África do Sul, já contou com um estádio equipado para proteger os moradores dos arredores contra os ruídos produzidos pelo barulho da torcida.

O estádio de Green Point, bairro nobre da Cidade do Cabo, foi equipado com um teto de vidro composto por 9 mil painéis de 1,3 centímetro, o mais espesso do mundo. O serviço foi feito pela empresa alemã de engenharia Schlaich Bergermann.

Quatro anos depois, na Copa do Mundo de 2014, sediada pelo Brasil, a então Arena Corinthians, em São Paulo, hoje chamada Neo Química Arena, também contou com uma cobertura projetada para que o ruído produzido pela torcida rebatesse e voltasse para o interior do estádio – poupando os arredores do barulho.

Outro estádio brasileiro, e paulistano, considerado uma referência de engenharia e de isolamento acústico é o Allianz Parque, casa do Palmeiras. O estádio conta com uma barreira acústica composta por diversos materiais de isolamento acústico para impedir a passagem de ondas sonoras.

Mas existe uma série de possibilidades de sons que podem ser desagradáveis aos moradores e que não podem ser contidos pelo projeto acústico dos estádios, como fogos de artifício, a gritaria da torcida no entorno do estádio durante a entrada ou saída e até o fluxo intenso de trânsito nos horários de jogos.

Porém, espalhados pelo Brasil, estão estádios de futebol bem mais simples e com pouca ou nenhuma preparação para evitar que o barulho produzido pelas partidas de futebol atinja os vizinhos. Nesses casos, o morador que estiver incomodado e não quiser se mudar pode tomar algumas providências para proteger a própria saúde.

A principal alternativa para os prédios no entorno dos estádios é instalar materiais isolantes nas paredes, como lã de vidro ou lã de rocha. Esses materiais, que são fibrosos, absorvem uma parte considerável das ondas sonoras que atravessam a parede e, assim, reduzem a passagem de som de dentro para fora.

A grande festa da torcida nos estádios

É claro que a saúde da população importa e muito e deve ser motivo de acompanhamento e fiscalização por parte do poder público inclusive, para reduzir a emissão de barulho em locais que concentram grande número de moradores.

Mas a verdade é que os estádios vão inevitavelmente concentrar os torcedores que são os grandes apaixonados pelo futebol. 

Depois dos dois anos de pandemia, período no qual as torcidas ficaram afastadas, a grande festa do futebol voltou aos estádios. Nos diferentes campeonatos brasileieiros de 2022, vimos as arquibancadas lotadas empurrando os times dentro dos gramados. Apesar da média de público nos esta´dios em 2022 não ser a mais alta (21.646 torcedores) também é verdade que alguns jogos chegaram a receber mais de 50.000 espectadores.

Os 10 jogos de maiores públicos do Brasileirão em 2022

1- Flamengo e Palmeiras — Série A — 69.997 torcedores;

2- Flamengo e Fortaleza — Série A — 63.975 torcedores;

3- Vasco e Cruzeiro — Série B — 63.609 torcedores;

4- Cruzeiro e Sampaio Corrêa — Série B — 58.397 torcedores.

5- Fluminense e Flamengo — Série A — 57.919 torcedores;

6- Flamengo e Botafogo — Série A — 54.981 torcedores;

7- Flamengo e São Paulo — Série A — 54.686 torcedores;

8- Ceará e Flamengo — Série A — 52.139 torcedores;

9- Corinthians e Flamengo — Série A — 44.672 torcedores;

10- Cruzeiro e CRB — Série B — 42.004 torcedores.

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