Júri popular de acusados de matar ex-jogador Daniel começa no Paraná
O júri teve inicio nessa segunda-feira, cinco anos após o acontecido.
Caso Daniel tem júri popular iniciado para ver pena de acusados do assassinato do ex-jogador
Curitiba, PR, 18, (AFI) – Nessa segunda-feira, se iniciou o júri popular da morte do ex-jogador Daniel Corrêa Freitas, que atuou no São Paulo, Botafogo e Coritiba. A ação se iniciou as 8h55 contra os sete acusados de participarem da morte do atleta em Outubro de 2018.
O julgamento está acontecendo no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Os familiares da vítima, que moram em Minas Gerais, já estão no Paraná para acompanhar o caso.
Daniel tinha 24 anos e estava jogando no São Bento no ano do acontecido. Ele foi encontrado parcialmente decapitado e sem pênis, no dia 27 de Outubro, próximo de uma estrada rural em Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Édison Brittes Júnior, mais conhecido como Juninho Riqueza, foi o primeiro que confessou participação no crime. Ele está preso desde então preventivamente na Casa de Custódia de SJP. O réu é acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de adolescente e coações no curso do processo.
Édison confessou o ato, com a versão que Daniel teria estuprado sua esposa. Ele disse que fez tudo sozinho, omitindo a participação de outras pessoas no crime. Porém, a versão de estupro foi descartada logo no começo das investigações feitas pela Polícia Civil que acompanha o caso. Juninho está preso desde Novembro de 2018.
Outro autor do ato que também está preso se chama Eduardo da Silva. Ele também é acusado de participar de agressão, ocultação e decapitação do corpo do jogador. O réu chegou a ser solto em 2019 com base na Lei de Abuso de Autoridade, entretanto foi preso novamente por ser pego em um assalto a mão armada em 2020.
ESCOLHA DO JÚRI POPULAR
160 pessoas são convocadas e somente sete são escolhidas para participar do júri popular. O serviço de júri no Brasil é obrigatório, como a de mesário em eleições. Porém, os escolhidos podem alegar algum impedimento para não participar.
Nesse caso, foram escolhidos um homem jovem, quatro mulheres jovens, um idoso e um homem de meia idade.
As testemunhas do caso, 20 são de defesa, divididos em cinco de acusação, quatro sigilosas e duas de forma remota (on-line).
O Código de Processo Penal diz que cada parte envolvida, defesa e promotoria, podem liberar até três jurados sorteados sem justificar.
Se os sete selecionados não cumprirem os requisitos para serem júris, é feito um novo sorteio.
Após serem sorteados, eles não podem ter acesso um com outro e se a justiça achar necessário, eles podem ficar reclusos no fórum até a resolução do caso.
A previsão feita por alguns advogados é que o caso pode se desenrolar até quarta-feira
DECISÕES DE CONDENAÇÕES E ABSOLVIÇÕES
Após as conversas, júri popular vai para a fase chamada de quesitação, quando os jurados são questionados se condenam ou absolvem os réus.
Antes da decisão, jurados podem e devem fazer perguntas as testemunhas por intermédio do juiz do caso. Com isso o júri toma a decisão com o que ouviu no julgamento.
Cédulas são entregues aos júris para eles marcarem com sim ou não a sua decisão sobre os tópicos listados no documento. Ninguém pode ver as respostas e decisões de ninguém.
Com isso o juiz vê a decisão de cada um e determina o tempo de condenação dos réus.
O QUE A FAMÍLIA DESEJA ?
Familiares de Daniel optaram em não falar sobre o caso com a imprensa, o porta voz do caso é advogado da família Nilton Ribeiro, que disse o seguinte:
A estratégia da acusação é trabalhar com a verdade. Eles vão pagar caro por isso. A (reação, alegação da defesa) é um equívoco muito grande, porque não cabe diminuir a pena por ‘violenta emoção’. O Edison fez tudo com requintes de crueldade contra um menino franzino, desprotegido. Foi uma verdadeira barbárie.
