Após tiroteio, presidente coloca cargo em xeque: "Não tenho vontade nenhuma de continuar"

Chefe de polícia Roberto Munives confirmou que o tiro veio de fora do estádio

Mauricio Romero, técnico do Ferro de General Pico, levou um tiro no ombro durante um jogo contra o Huracán Las Heras

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Jogo na Argentina teve tiroteio. (Foto: Divulgação)

Campinas, SP, 01 (AFI) – Uma cena de violência chocou a Argentina neste final de semana. Mauricio Romero, técnico do Ferro de General Pico, levou um tiro no ombro durante um jogo contra o Huracán Las Heras, no último domingo, em Mendoza, válido pela Liga Federal A, a 3ª divisão do futebol argentino.

O treinador precisou ser levado rapidamente para o Hospital Carrillo e submetido a uma cirurgia. Romero passa bem e não corre risco de morte.

“Uma bala passou de raspão na região das axilas e graças a Deus estou bem”, disse o treinador à imprensa argentina quando deixou o hospital.

TIROTEIO!

De acordo com as autoridades policiais de Mendoza, a confusão começou quando torcedores do Huracán tentaram entrar à força no estádio, mas foram impedidos pela segurança do local. Foi quando o conflito se iniciou e o tiro foi disparado, acertando a axila de Romero, que estava no gramado. A partida, que fora paralisada em razão da briga, já tinha ultrapassado os 30 minutos do segundo tempo, com o Huracán Las Veras vencendo a equipe do Ferro por 3 a 1 – nenhuma das equipes tinha chance mais do acesso.

Assim que começou o tiroteio, jogadores dos dois times e a equipe de arbitragem correram para o vestiário. Os torcedores, entre eles mulheres e crianças, precisaram se proteger atrás das paredes de concreto que sustentam a grade ao redor do campo.

EXPLICAÇÕES!

Darío Alaniz, diretor técnico do Huracán Las Heras, afirmou à imprensa argentina que o aconteceu durante a partida e ao treinador Romero foi uma “loucura”.

“Quando essas coisas acontecem, você se pergunta o que estamos fazendo aqui”, lamentou o diretor.

Já o presidente do clube, Rafael Giardini, colocou o próprio cargo em xeque. Ele afirmou nesta segunda-feira que o episódio tirou dele a vontade de estar à frente do Huracán.

“Não tenho vontade nenhuma de continuar (no cargo). De jeito nenhum. Não há forças”, disse o presidente.

“Viver o que vivemos não tem explicação. Tudo o que podemos acrescentar está fora de contexto. O que dissermos não será suficiente para reparar o dano que foi feito ao Huracán porque é algo que excede o normal”, falou Giardini em entrevista aos canais de imprensa de Mendoza.

FORA DO ESTÁDIO!

Também aos jornais locais, o chefe de polícia Roberto Munives confirmou que o tiro veio de fora do estádio, desmentindo as suposições de que o projétil havia sido disparado das arquibancadas. Munives disse também que nove pessoas foram apreendidas até a manhã desta segunda-feira. “Estamos avaliando o grau de participação que tiveram. Com o último detido, há indícios de uma possível imputação”, afirmou a uma rádio local.

Segundo o jornal Clarín, o treinador Mauricio Romero e o vice-presidente do Ferro foram à delegacia prestar depoimento sobre o episódio. Em comunicado divulgado no Twitter, a equipe do Ferro agradeceu a solidariedade de dirigentes, instituições, jogadores e jornalistas em relação ao ocorrido e disse que o time esteve diante “de uma barbárie difícil de entender e de explicar, que marcará a carreira esportiva e institucional do plantel profissional e do nosso clube”.

“Hoje, mais do que nunca, aquele que dirigem os destinos do futebol devem nos apontar os caminhos com ações para que nunca mais vivamos uma situação parecida. Evitamos uma tragédia. Esta foi uma nova advertência. A vida não se negocia, menos ainda praticando um esporte”, concluiu a nota.

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