ESPECIAL MIRASSOL: 'Time-sensação' da temporada vai desfilar na Libertadores

Sem virar SAF, Mirassol aposta em CT de luxo e continuidade técnica para desbancar gigantes e chegar à América

Entenda como o Mirassol garantiu vaga na Libertadores 2026 com choque de gestão, permanência de Rafael Guanaes e estrutura de ponta. Veja os desafios para o próximo ano.

Foto: Pedro Zachi-Mirassol
Foto: Pedro Zachi-Mirassol
Estádio Maião Lotado
Especial 2025

MANUAL
MIRASSOL

“Esqueça a Cinderela. Isso foi um choque de gestão.”

ESPECIAL 2025 | MIRASSOL, SP

Esqueça a narrativa de Cinderela. O que aconteceu no interior paulista na temporada 2025 não foi um conto de fadas; foi um choque de gestão. O Mirassol, que há cinco anos disputava a poeira da Série D, encerrou sua estreia na elite do Brasileirão com 67 pontos, garantindo a 4ª posição e uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores da América.

Enquanto gigantes do G12 lutavam contra o caos financeiro e a ciranda de técnicos, o “Leão da Alta Araraquarense” deu uma aula de eficiência. Com um orçamento que é uma fração dos rivais, o clube apostou em três pilares inegociáveis: estrutura de nível europeu, fidelidade aos parceiros locais e um comando técnico que recusou o “canto da sereia” de uma SAF milionária para terminar o serviço no interior.

A seguir, o Raio-X de como o Mirassol carimbou seu passaporte internacional.

CT do Mirassol

Capítulo I

A Casa que Luiz Araújo Construiu

Para entender o sucesso em campo, é preciso olhar para o tijolo. O Mirassol não precisou virar SAF nem vender o controle para fundos estrangeiros; ele se tornou uma máquina de vendas pontuais e reinvestimento maciço.

A virada de chave tem nome e sobrenome: Luiz Araújo. A venda da joia da base para o Lille ativou o mecanismo de solidariedade da FIFA repetidas vezes.

“Esse dinheiro vai ser feito um CT.”
— Júnior Antunes, Executivo

O Segredo do DM Vazio

Investimento em câmara de flutuação para recuperação muscular. Efeito prático: elenco enxuto suportando a intensidade da Série A.

Camisa Poty

Capítulo II

Lealdade venceu o Cassino

Em 2025, no meio de um oceano de Bets, a camisa amarela destacava-se por um motivo nostálgico: o patrocínio máster continuava sendo a Poty.

A parceria dura 18 anos. Contando todos os patrocinadores, o Mirassol recebe apenas R$ 750 mil mensais. É pouco perto das Bets? É. Mas a diretoria valorizou seus parceiros de longa data, embora tenha colocado uma bet baixo da marca Poty no uniforme.

Capítulo III

O “Fico” de Guanaes

Rafael Guanaes

Rafael Guanaes

Técnico do Ano

Rafael Guanaes não joga por “uma bola”. Seu estilo, o “Jogo de Oposição”, baseia-se em pressão alta, seja no Maião ou no Maracanã.

Em dezembro, após a saída de Davide Ancelotti, o Botafogo abriu o talão de cheques.

A proposta mudaria sua vida. Mas Guanaes manteve a palavra. Recusou o Rio de Janeiro para comandar o Mirassol na Libertadores 2026.

Mercado da Bola: O Adeus do Capitão

O sucesso cobra seu preço. A principal baixa é o volante Gabriel (ex-Flamengo).

Aos 35 anos, o “pitbull” encerrou contrato. Apesar da idolatria, a diretoria manteve a política de pés no chão: sem leilão. Gabriel saiu pela porta da frente para o Sporting Cristal (Peru).

Operação América: Desafios

Classificar é uma coisa; jogar a Libertadores é outra. A cidade corre contra o tempo.

O Drama do Aeroporto

Pesadelo logístico. Mirassol depende do Aeroporto de São José do Rio Preto (a 15km). O terminal bateu recorde de 850 mil passageiros em 2025, mas a Polícia Federal e a administração local travam uma corrida burocrática para a internacionalização do local.

O Gargalo do Maião

O Estádio José Maria de Campos Maia atende ao requisito de 10.000 lugares para a fase de grupos. O problema é o mata-mata. Se o time avançar para as oitavas de final, a exigência sobe para 20.000 lugares. O clube estuda ampliações modulares de emergência, mas o risco de ter que levar o jogo decisivo para uma praça maior existe.

Elas em Campo

Para jogar a Libertadores masculina, é obrigatório manter um time feminino. O Mirassol descartou as parcerias de fachada comuns no futebol brasileiro. O projeto para 2026 é lançar uma equipe feminina própria, treinando dentro do CT de ponta, integrando as mulheres à estrutura profissional do clube.

Linha do Tempo: Cobertura

A escalada através das reportagens do Portal Futebol Interior:

2020 (Série D)

Primeiro título nacional.

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2021 (O salto)

Acesso à Série C contra a Aparecidense.

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2022 (Acesso à Série B)

Garantindo a vaga na segunda divisão.

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2022 (Campeão da Série C)

Vitória sobre o ABC no Maião lotado.

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2024 (Acesso histórico)

O dia do acesso contra a Chapecoense.

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2025 (Vaga na Libertadores)

Empate com Santos garante vaga histórica

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Extras

A Visão do Patrocinador Ler matéria
Invencibilidade em Casa Ler matéria
A inauguração do CT que mudou a história do clube Ler matéria