Com SAF, Ituano terá gestão sob comando de Juninho Paulista, mas associação mantém peso e patrimônio
Na prática, o futebol profissional passa a ser operado por uma nova empresa — o Ituano Futebol Clube SAF
Juninho, ídolo revelado pelo próprio Ituano e pentacampeão com a Seleção, segue como rosto da gestão
Itu, SP, 20 (AFI) – A criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) abre um novo capítulo na história do Ituano. Mais do que uma mudança burocrática, o modelo consolida a gestão que já estava nas mãos de Juninho Paulista e Paulo Silvestri desde 2009, mas agora sob regras de governança e com espaço aberto para a entrada de investidores.
Na prática, o futebol profissional passa a ser operado por uma nova empresa — o Ituano Futebol Clube SAF — com 60% de participação da Dimache, empresa ligada a Juninho e Silvestri, e 40% da associação. A diferença em relação a outros clubes que adotaram o modelo é que a associação não se retirou do processo: manteve ao menos 30% de capital votante e garantiu direito de veto em matérias consideradas estratégicas.
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SAF FOI APROVADA POR 51 VOTOS
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Esse desenho cria uma espécie de equilíbrio de forças. Juninho, ídolo revelado pelo próprio Ituano e pentacampeão com a Seleção, segue como rosto da gestão e principal fiador do projeto. Ao mesmo tempo, a associação preserva assento e voz ativa, evitando a completa transferência de poder para investidores privados.
Outro ponto importante é o patrimônio. Nem a sede social nem o estádio Novelli Júnior — este último pertencente à Prefeitura de Itu — foram incluídos no escopo da SAF. Ou seja, a nova empresa cuidará exclusivamente do futebol, enquanto as estruturas físicas e sociais permanecem sob a guarda da associação. Isso reduz riscos de perda de bens históricos, mas também limita ativos de negociação para a empresa.
SAF ABERTA A PROPOSTAS
A abertura para investidores é outra mudança relevante. Embora a Dimache seja sócia majoritária, parte dos 60% pode ser negociada futuramente. Ainda assim, cláusulas anti-diluição impedem que o controle saia das mãos de Juninho e Silvestri sem o consentimento da associação.
Em termos de governança, a expectativa é que um novo estatuto seja elaborado, estabelecendo critérios de reinvestimento de lucros, regras de utilização das instalações do clube — agora mediante pagamento — e maior participação da associação no conselho administrativo. A SAF trará ainda maior rigor na fiscalização dos números, sob acompanhamento dos conselhos fiscal e deliberativo.
O QUE MUDA PARA A TORCIDA ?
Para a torcida, a principal mudança é simbólica: o Ituano passa a integrar o grupo de clubes brasileiros que aderiram ao modelo de empresa. Mas, diferente de exemplos como Botafogo, Vasco ou Cruzeiro, a transformação não significa a chegada imediata de capital externo ou de um novo dono.
O que se desenha em Itu é um arranjo híbrido, em que o protagonismo continua com quem já estava à frente, mas com amarras institucionais que reforçam o peso da associação e protegem o patrimônio histórico.
O que muda com a SAF do Ituano?
O futebol profissional passa a ser operado por uma empresa própria, com CNPJ novo, separada da associação. Isso dá mais transparência às contas e facilita a entrada de investidores.
Quem vai mandar no Ituano a partir de agora?
A gestão continua com Juninho Paulista e Paulo Silvestri, via Dimache, que detém 60% da SAF. A associação, porém, mantém 40% de participação, no mínimo 30% do capital votante e direito de veto em decisões estratégicas.
E o estádio Novelli Júnior e a sede social fazem parte da SAF?
Não. Tanto a sede quanto o estádio ficaram fora da operação da SAF. A sede continua com a associação, enquanto o Novelli Júnior pertence à Prefeitura de Itu.
Pode entrar algum investidor novo?
Sim. Parte dos 60% controlados pela Dimache pode ser negociada, mas há cláusulas que impedem a perda de controle por Juninho e Silvestri sem o aval da associação.
O dinheiro do lucro poderá ser usado livremente?
Não. O estatuto da SAF deve prever que parte significativa dos lucros seja reinvestida no próprio futebol, com fiscalização dos conselhos fiscal e deliberativo.
O que muda para a torcida?
Na prática, pouca coisa imediata. O Ituano terá gestão mais profissional e com mais transparência, mas o time segue sob comando das mesmas pessoas. A diferença está na possibilidade de atrair investimentos e em garantir que o patrimônio histórico continue protegido.






































































































































