WTorre contesta dívida com Palmeiras em gestão do Allianz: 'Não devemos R$ 128 milhões'

A empresa contestou a dívida que a mandatária do clube diz ser incontroversa e que motivou o clube a mover uma ação na Justiça, cobrando o pagamento de repasses que somam quase R$ 130 milhões desde 2015

Em entrevista, Leila disse que o Allianz Parque é um modelo de sucesso apenas para a WTorre, não para o Palmeiras, que, segundo ela, tem sido prejudicado com a falta dos repasses relacionados a eventos na arena palmeirense desde 2015

Allianz Parque
(Foto: Divulgação)

Campinas, SP, 15 – A WTorre respondeu às acusações de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, a respeito da gestão do Allianz Parque. A empresa contestou a dívida que a mandatária do clube diz ser incontroversa e que motivou o clube a mover uma ação na Justiça, cobrando o pagamento de repasses que somam quase R$ 130 milhões desde 2015.

“Não devemos R$ 128 milhões para o Palmeiras, os créditos e débitos de ambas as partes estão em arbitragem em curso. Uma vez decidida, será paga”, afirma Sílvia Torre, cofundadora e presidente do conselho da WTorre S.A.

Em entrevista, Leila disse que o Allianz Parque é um modelo de sucesso apenas para a WTorre, não para o Palmeiras, que, segundo ela, tem sido prejudicado com a falta dos repasses relacionados a eventos na arena palmeirense desde 2015.

“É mentirosa a alegação de que é um sucesso. É para eles, que ganham 100% das receitas, às custas de uma propriedade do Palmeiras. Até hoje, para o Palmeiras, foi um péssimo negócio financeiramente”, detonou a dirigente, além de afirmar que a gestão do estádio tem sido um “péssimo negócio” para o clube.

Silvia rebateu a mandatária palmeirense em seu comunicado enviado ao Estadão. “Reafirmamos que este é um modelo de negócio vencedor e que tem sido extremamente positivo para todas as partes.” No fim do mês passado, a pedido do Palmeiras, a polícia abriu inquérito criminal para investigar a Real Arenas, empresa parceira da construtora na administração do Allianz Parque.

Com o aval da presidente Leila Pereira e de uma junta de advogados especializados, o clube pede a apuração de possíveis crimes de apropriação indébita e associação criminosa, além do bloqueio de bens, valores e contas da Real Arenas e seus gestores, e a quebra do sigilo bancário da empresa desde novembro de 2014, ano do início da parceria e inauguração do estádio. A WTorre ainda não respondeu aos pedidos de entrevista do Estadão.

Segundo o Palmeiras, somente os valores de novembro e dezembro de 2014 e de janeiro a junho de 2015, exceto maio, foram pagos. A dívida é discutida na Justiça desde 2017, por meio de uma ação de execução de título extrajudicial. Como ainda não houve solução, a direção do clube fez a denúncia à polícia. O valor é considerado indiscutível pelo Palmeiras, como consta no inquérito. A Real Arenas, por sua vez, contesta os números da dívida e diz não ter conhecimento sobre a ação.

O contrato firmado entre as partes prevê que o Palmeiras receba mensalmente valores referentes a receitas geradas no Allianz Parque com aluguéis para shows, exploração de áreas como restaurantes e estacionamentos, locações de cadeiras, camarotes e naming rigths. Trata-se de um valor progressivo, aumentando ao longo dos anos.

Como são 30 anos de parceria e o contrato começou a valer no ano de inauguração da arena, tem vigência até novembro de 2044.

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