Vini Jr. repudia racismo contra amigo e questiona: 'Onde estão as imagens das câmeras?'

"Enquanto eu jogava com a já histórica camisa preta e me emocionava, meu amigo foi humilhado e ironizado na entrada do estádio"

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Foto: Joilson Marconne/CBF

Campinas, SP, 17 – O atacante brasileiro Vinícius Júnior usou as redes sociais para repudiar o caso de racismo contra seu amigo, Felipe Silveira, que também é assessor pessoal do atleta do Real Madrid. Na entrada do Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona, o rapaz de 27 anos teve uma banana apontada em sua direção por um segurança, que teria dito: “Mãos ao alto, essa é minha arma para você.”

Vini Jr. chamou a cena de “nojenta” e cobrou ação das autoridades sobre o acesso às imagens das câmeras de segurança do estádio, através das quais se poderia confirmar o caso de racismo.

“Enquanto eu jogava com a já histórica camisa preta e me emocionava, meu amigo foi humilhado e ironizado na entrada do estádio. O tratamento foi triste, em todos os momentos duvidaram da cena surreal que aconteceu. Os bastidores são nojentos. Mas pra deixar tudo público, pergunto aos responsáveis: onde estão as imagens das câmeras de segurança?”, questionou Vini.

NOTA OFICIAL

Após a vitória por 4 a 1 sobre Guiné, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu uma nota para comentar o insulto racista sofrido pelo membro do estafe de Vini Jr. e afirmou que “tomou providências imediatas e, na mesma hora, solicitou a polícia e aos organizadores do jogo que dessem todo o apoio e amparo a mais uma vítima de racismo, um crime que precisa ser combatido de forma veemente e sem descanso. O episódio, inclusive, foi presenciado por jornalistas presentes ao amistoso.”

O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, também expôs sua opinião sobre o tema.

“O combate ao racismo, um crime que precisa cessar em todo o mundo, é também o motivo pelo qual estamos aqui. O mesmo motivo que levou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, a vir de Zurique até aqui. E foi também por isso que a nossa seleção jogou o primeiro tempo da partida de preto. É um manifesto, é uma bandeira, é uma missão banir do futebol mundial não só o racismo, como toda e qualquer forma de violência, dentro e fora dos estádios. Temos recebido a solidariedade de todos os companheiros de Federações e Confederações do mundo inteiro, querendo se juntar ao Brasil nessa luta. E hoje, mais uma vez, mais um criminoso foi exposto publicamente.”

Após a partida, Vinicius Júnior enalteceu o momento, mas deixou claro que não sabia do racismo sofrido pelo seu assistente pessoal por um segurança antes da bola rolar. O amigo do craque teve uma banana apontada em sua direção.

“Foi um momento histórico para a seleção e para mim. Espero que estejamos ao fim disso. Vamos seguir na luta, todos juntos, nós, a CBF e todos os clubes do Brasil. Se Deus quiser, esse preconceito vai diminuir”, disse o atacante.

Vinicius Júnior foi quem deu números finais ao duelo ao marcar o gol em uma cobrança de pênalti. Mas o dia não foi especial apenas para o craque. Rodrygo, seu companheiro de Real Madrid, também comemorou a vitória.

“Foi um dia muito especial. Sabíamos tudo que estava envolvido. Estou feliz também por ter feito um gol novamente com essa camisa especial. Vou lembrar para sempre”, afirmou Rodrygo.

PRÓXIMO AMISTOSO DO BRASIL

O Brasil viaja para Portugal no próximo domingo, quando iniciará a preparação para o jogo diante de Senegal, marcado para terça-feira, às 16h.

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