Vadão, uma carreira de atleta que não decolou

Vadão, uma carreira de atleta que não decolou

Vadão, uma carreira de atleta que não decolou

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Oswaldo Fumeiro Alvarez, o Vadão, treinador da seleção feminina de futebol do Brasil, construiu uma carreira como comandante de equipes, e pouca gente se deu conta da efêmera carreira dele como atleta, iniciada nas categorias de base do Guarani nos anos 70.

Vadão foi um meia esquerda com boa visão de jogo para lançamentos, porém lento. Logo, não tinha características de se projetar com bola dominada. E igualmente não havia como fazer carreira nos profissionais do Guarani, porque enfrentava concorrência de ninguém menos que o meia Zenon, com o polivalente Manguinha como reserva eventual.

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Assim, entrou numa leva de dispensáveis dos juniores bugrinos, e tentou seguir a trajetória no Noroeste de Bauru, Capivariano e Derac (Departamento de Estrada de Rodagem Atlético Clube) de Itapetininga, que mandava jogos no Estádio Engenheiro Péricles D’Ávila Mendes, com capacidade para cinco mil pessoas. O Derac foi extinto em 1994, dando vaga ao Esporte Clube Itapetininga.

CAPIVARIANO

Detalhe curioso na curta carreira de Vadão como atleta foi no Capivariano, na década de 80, ao ser deslocado para a ponta-esquerda, sem que tivesse velocidade e característica de levar a bola ao fundo de campo. Na época, por ironia do destino, o treinador foi o saudoso empresário de futebol Fause Selhe, brutamente assassinado na residência dele, no Jardim Garcia, em Campinas.

E não vingando com atleta – e já com formação universitária de educação física – Vadão foi trabalhar como auxiliar do preparador físico Pedro Pires de Toledo na Portuguesa. Posteriormente, por intermediação do saudoso jornalista Brasil de Oliveira, seu amigo, atuou como preparador físico do Mogi Mirim.

Em 1992 ficou vago o cargo de treinador no time mogimiriano, e o também saudoso presidente Wilson Barros o colocou como técnico tampão. Aí, a experiência com Rivaldo, Válber, Leto e cia. deu tão certa que o time passou a ser identificado como carrossel caipira, referência ao lendário time holandês que encantou o planeta na Copa do Mundo de 1974. Assim, Vadão brilhou no clube durante dois anos, partindo posteriormente para outros vôos em Guarani, Ponte Preta e Atlético Paranaense.

CORINTHIANS E SÃO PAULO

Com a carreira sedimentada como treinador, começaram a surgir desafios de grandes clubes. Primeiro o Corinthians, depois o São Paulo. Se Vadão não tem perfil de imediatista, teria que haver paciência para que desenvolvesse o trabalho, coisa descartável em grandes clubes. Logo, sucumbiu e teve que reiniciar trajetória em clubes de média expressão, ‘varrendo’ esse Brasil de Norte a Sul.

Foi sim premiado com título ali, acessos acolá, e até experiência no futebol japonês no comando do Tokyo Verdy em 2005.

Durante a última e efêmera passagem pela Ponte Preta até abriu de 2014, havia confidenciado o sonho de treinar novamente um grande clube do futebol brasileiro. De repente surge a proposta para dirigir o futebol feminino do país, e aí não pensou duas vezes sobre a possibilidade de colocar em prática um projeto até esses Jogos Olímpicos.

Assim é Vadão, natural de Monte Azul Paulista, que neste 21 de agosto completa 60 anos de idade.