Torcedores do Inter enfrentam medo e desorganização em Medellín: "Nos largaram sem escolta"

A tensão não foi inesperada. No jogo do primeiro turno, em Porto Alegre, torcedores organizados de ambos os clubes se envolveram em confrontos violentos

Em campo, o time gaúcho acabou sendo superado pelo Atlético Medellín por 3 a 1

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Torcedores do Inter

Porto Alegre, RS, 09 (AFI) – A quinta-feira que marcou a derrota do Internacional para o Atlético Nacional, por 3 a 1, na Colômbia, também deixou cicatrizes fora de campo. Torcedores do clube gaúcho denunciaram momentos de tensão, insegurança e abandono nas arquibancadas e no entorno do Estádio Atanasio Girardot, em Medellín. A experiência da torcida colorada no duelo pela Libertadores foi marcada por relatos de medo, improviso e falhas graves na organização local.

“Desde o início não estavam preparados para receber uma torcida visitante”, contou Isabella Caminoto, de 32 anos, que viajou de Porto Alegre apenas para acompanhar o jogo. Segundo ela, o acesso aos ingressos já foi problemático. Sem liberação oficial pela plataforma indicada pela Conmebol, os torcedores precisaram recorrer ao Internacional para conseguir as entradas.

O cenário ficou ainda mais preocupante durante o segundo tempo. A polícia local orientou os brasileiros a deixarem o estádio por volta dos 35 minutos, alegando risco de confronto. “Disseram que tinham inteligência que apontava que poderia ter um ataque de uma torcida do Atlético. Nos disseram que não teriam como garantir nossa segurança se não saíssemos antes do final do jogo. Aí nos colocaram em um ônibus e nos largaram em um local longe, mas mesmo assim, sem policiamento”, relatou Isabella.

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Dentro do estádio, a sensação de vulnerabilidade era constante. Vinícius Priebe, que viajou junto com Isabella, afirmou que a separação entre as torcidas era praticamente inexistente. “A torcida deles estava muito próxima da nossa, e sem separação física, além de uma fita e aquelas grades móveis. Realmente não estava seguro”, disse.

MAIS DETALHES

A tensão não foi inesperada. No jogo do primeiro turno, em Porto Alegre, torcedores organizados de ambos os clubes se envolveram em confrontos violentos. Após o fim da partida, disputas entre grupos do próprio Atlético Nacional terminaram com duas mortes. Mesmo diante desse histórico, a Conmebol não impôs restrições de torcida ou exigências adicionais de segurança para o confronto na Colômbia.

A única medida das autoridades locais foi solicitar a saída antecipada dos brasileiros, o que, para muitos, soou mais como improviso do que prevenção real. O resultado foi uma experiência marcada por medo e sensação de abandono para os torcedores que se deslocaram até Medellín.

O Internacional volta a campo pela Libertadores no dia 15, em Montevidéu, contra o Nacional-URU, e a expectativa é de que o clube e os órgãos responsáveis atuem com mais firmeza para garantir a segurança dos colorados em mais uma partida fora de casa.

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