Textor descarta venda da SAF do Botafogo após polêmicas

Empresário americano indica que o clube carioca deve seguir na Eagle Football, rede multinacional de clubes

Textor nega ter conversas em andamento para venda e destaca união do Botafogo na Eagle Football

5txXbIYa John
John Textor (Foto: Vítor Silva-BFR)

Rio de Janeiro, RJ, 20 (AFI) O Botafogo segue com futuro indefinido fora das quatro linhas. O empresário John Textor negou, na noite desta terça-feira, qualquer negociação para venda da SAF do clube carioca. O americano afirmou que o Glorioso deve continuar integrado à Eagle Football, rede multinacional de clubes.

Textor reforçou que não existe cronograma para recompra da SAF e destacou que as conversas dentro da Eagle estão focadas em resolver as divergências entre os sócios. Segundo ele, a hipótese de venda é apenas uma das alternativas possíveis, mas a permanência do Botafogo na rede é tão provável quanto qualquer outra solução.

DISPUTA NA JUSTIÇA ENVOLVE SAF E EAGLE FOOTBALL

Na esfera jurídica, advogados da SAF do Alvinegro entraram com recurso na 2ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Eles pedem que não seja concedida liminar solicitada pela Eagle, que tentaria suspender decisões recentes tomadas por Textor. O americano, segundo a ação, tem direito de gerir a empresa, mesmo em meio ao litígio com outros acionistas.

Apesar de seguir como dono da SAF, Textor tem pouca influência no dia a dia da companhia. O Botafogo enfrenta processos judiciais e atravessa um processo de possível revenda durante a atual temporada do Brasileirão.

CONFLITO ENTRE ACIONISTAS E O FUTURO DO BOTAFOGO

Textor foi afastado da presidência do Lyon após o clube francês evitar o rebaixamento. O acordo entre as partes previa que o americano se desligasse; a Ares, uma das financiadoras da compra do Lyon, reforçou essa exigência.

Para adquirir o Lyon, o executivo usou recursos da Ares, de Michele Kang (atual presidente) e da Iconic Sports, cedendo 40% das ações da Eagle Football. As participações do Botafogo e do RWDM Brussels serviram como garantias da operação.

MAIS DETALHES

Mesmo sem tomar decisões importantes, Textor ainda assina como dono da Eagle e do Botafogo. Recentemente, a empresa, sob coordenação da Ares, sugeriu que ele recomprasse as ações do Glorioso, retidas pelo fundo de investimento.

Porém, para a Justiça, isso seria conflito de interesse, já que Textor controla ambos os lados da negociação. A tentativa de afastá-lo do poder foi barrada após carta enviada pelo clube social à Eagle, garantindo proteção ao dirigente.

O clube social, liderado por João Paulo Magalhães, defende abertamente a permanência de Textor. Apesar de não descartar a venda do Botafogo, a Eagle Football refuta negociá-lo com o americano enquanto ele for parte interessada nos dois lados.

O estatuto do clube exige que qualquer mudança de controle da SAF passe pelo conselho, e a postura dos conselheiros é de apoio ao atual dono. O cenário, por enquanto, afasta a chegada de um novo investidor externo.