Manipulação de resultados confirmada no Sul-Mato-grossense

Diretor do clube, Marcelo Lucas, seria o responsável pelo esquema

Coxim terminou na quarta posição do Grupo A do Sul-Mato-Grossense

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Suspeita de manipulação no jogos do Coxim - Foto: Divulgação

Campo Grande, MS, 16 (AFI) – A primeira fase do Campeonato Sul-Mato-Grossense terminou no último fim de semana, pelo menos em campo. Fora dele, polêmica envolvendo o Coxim, time que terminou na quarta posição do Grupo A, com dez pontos, não avançou para o hexagonal, mas também evitou o rebaixamento.

Após o último jogo, jogadores foram deixados na cidade pelos gestores do clube e declarações dos atletas aumentam suspeitas de fabricação de resultados para possíveis lucros em sites de apostas.
Nesta terça-feira (15), o meia Juninho conversou com Cláudio Severo, do site Esporte MS, e expôs os problemas que agora enfrentam atletas e até membros da Comissão Técnica. O alvo das reclamações é o diretor Marcelo Lucas, no clube desde a Série B 2021, quando algumas situações levantaram suspeitas, como o cai-cai contra o CE Naviraiense após levar gol logo com um minuto de jogo.
Segundo apurado pelo Arquibancada MS, Marcelo Lucas é investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal por manipulação de resultados, quando estava à frente do Formosa. Além da atuação no DF, também há suspeitas no Maranhão, quando em 2020 o dirigente montou o elenco do Imperatriz, inclusive contando com jogadores que estiveram com ele em MS, como o goleiro Rodrigo Calchi e o meia Bruno Smith.

GOLEADAS SUSPEITAS

O Coxim começou a competição apontado como candidato ao rebaixamento, mas teve resultados surpreendentes como empate com o Dourados AC fora de casa, venceu Aquidauanense FC, Naviraiense e EC Águia Negra em casa. Mas chamou atenção derrotas contra os mesmos times que venceu como mandante, sempre por goleada levando cinco gols.

“O nosso time é muito bom, é difícil de falar, mas tomar 15 gols fora em três jogos quando em casa levamos apenas um contra esses mesmos times. Teve jogo que estávamos perto de ganhar e de repente tomávamos dois, três, quatro, cinco, rápido”, disse.
Sem citar nomes, o meia do Coxim disse que começou estranhar quando o empenho de alguns jogadores não era percebido. “Em um jogo que fui expulso foi por isso. Eu estava sendo caçado em campo, apanhando demais e os caras driblavam por alguns jogadores andando”. Quando Severo perguntou sobre existir facilidade em alguns lances, Juninho concordou. “Sim, muita coisa”.
O jogo citado pelo jogador foi a derrota para o Aquidauanense no Estádio Noroeste por 5 a 1 (veja abaixo). Durante a parada médica, aos 29 minutos do primeiro tempo quando o time da casa vencia por 1 a 0, Juninho teve uma discussão com o lateral Ivan Lima e trocaram socos e pontapés, segundo o que relatou o árbitro Paulo Henrique Vollkopf na súmula, deixando o Coxim com nove atletas o restante do jogo.
De acordo com o jogador, o destino do Coxim na competição poderia ter sido diferente, se não fossem essas situações suspeitas. “O certo era termos nos classificados com duas, três rodadas de antecedência. Poderíamos passar para uma fase importante, ter alguém olhando, dar um salto na carreira”, lamentou. Quando perguntado sobre o porquê alguns jogadores teriam aceitado a situação, ele completou: “Por necessidade”.

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