Suellen Rocha ressalta que a luta antirracista começa com atitudes

Jogadora do Corinthians ainda disse que precisou um negro morrer nos EUA para os brasileiros se posicionarem

Jogadora do Corinthians ainda disse que precisou um negro morrer nos EUA para os brasileiros se posicionarem

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São Paulo, SP, 05 – Nessa sexta-feira (5), a Federação Paulista de Futebol promoveu o debate ‘Vidas negras e o futebol’. O encontro teve as presenças do vice-presidente Mauro Silva; Aline Pellegrino, diretora de Futebol Feminino; Roque Jr., ex-atleta e executivo de futebol e Suellen Rocha, jogadora do Corinthians. Também fizeram parte da conversa os jornalistas Breiller Pires, do El País, e Luiz Teixeira, da BandNews FM.

Discutindo pautas raciais presentes na sociedade, Suellen Rocha, jogadora do Corinthians, acredita que não basta se posicionar em redes sociais. Para ela a mudança só será feita com atitudes.

“Não basta você se dizer antirracista, você precisa mostrar isso nas suas atitudes. É muito fácil morrer um negro nos Estados Unidos e todo mundo lançar uma hashtag ‘vidas negras importam’. Você não gosta do racismo? Luta contra o racismo? Então demonstre isso com as suas atitudes diárias”, disse.

Suellen Rocha (Foto: Bruno Teixeira/Corinthians)

Suellen Rocha (Foto: Bruno Teixeira/Corinthians)

A jogadora ainda ressaltou que os brasileiros só se posicionaram fortemente na luta antirracista quando um negro morreu nos EUA, enquanto acontece isso todos os dias no Brasil.

“Tomamos uma posição só depois que o George Floyd morreu? Marielle Franco morreu, o Miguel, o João Pedro. Quantas mais pessoas terão que morrer para que nós possamos acordar? Precisou morrer uma pessoa nos Estados Unidos, e só quando um famoso de fora se posicionou que nós abrimos os olhos e nos posicionamos? Enquanto os nossos morrem todos os dias. O racismo está na nossa cara aqui no Brasil, e algumas pessoas fingiram que enxergaram só depois da morte do George Floyd. Isso me incomoda muito”, ressaltou.

Por fim, Suellen crê que muitas pessoas precisam conhecer a história de luta e resistência para poder se posicionar na luta.

“Hoje eu pergunto para uma amiga minha quem foi Malcolm X, quem foi Martin Luther King e elas não sabem me dizer. Isso me machuca muito porque é a nossa história, a nossa herança”, concluiu.

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