STJ determina intervenção na CBF; Diretor mais velho assume presidência

Eleições feitas em 2018 estão anuladas e Rogério Caboclo (foto) está fora da presidência, que pode cair no colo de diretor indicado por Marco Polo Del Nero

Dino Gentile foi nomeado por Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF envolvido em corrupção e pode assumir o cargo de presidente

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Rogério Caboclo deixa de ser presidente

Rio de Janeiro, RJ, 24 (AFI) – Mais um capítulo na vida política da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nesta quinta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que que a presidência seja assumida pelo diretor mais velho de forma interina, anulando as eleições de Rogério Caboclo.

O processo é movido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que pede anulação das eleições feitas em 2018. O MP já tinha conseguido vitórias em instâncias inferiores, mas a CBF recorreu de todas e conseguiu reverter até agora.

QUEM ASSUME?

Dino Gentile, diretor de patrimônio, e Carlos Eugenio Lopes, vice-presidente jurídico, estão entre os cotados para assumirem a cadeira. Há uma dúvida porque o cargo de vice jurídico não existe no estatuto e Carlos é considerado diretor jurídico.

Dino Gentile foi nomeado por Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF envolvido em polêmicas.

Del Nero era integrante do então Comitê Executivo da Fifa quando a Justiça americana fez a famosa operação de prisão de dirigentes do futebol num hotel de luxo na Suíça por suspeitas de corrupção, entre outras. O brasileiro José Maria Marin, outro ex-presidente da CBF, foi um dos sete detidos naquele fim de maio de 2015. ficou quase dois anos preso.

No final de 2021, o ex-mandatário da entidade, Marco Polo del Nero, que rege o futebol nacional teve sua punição reduzida pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês). O tribunal trocou o banimento definitivo por uma suspensão de 20 anos.

SUSPENSÃO EM DEFINITIVO

Ao mesmo tempo da decisão do STJ, os dirigentes decidiram pela suspensão de 20 meses de Caboclo. Por 26 votos a zero, Rogério Caboclo foi punido nesta quinta-feira com mais 20 meses de suspensão, e, com isso, está afastado definitivamente do comando da CBF.

Uma nova eleição seria convocada para definir um novo presidente até abril do próximo ano, mas agora será necessário aguardar o processo movido pelo MP-RJ.

ENTENDA O CASO

Em novembro, desembargadores da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acataram o recurso do Ministério Público que apontou irregularidades na Assembleia Geral da CBF em 2017. 

Na oportunidade, a Assembleia mudou a forma de votação, alteraram o peso dos votos, e excluiu os clubes. 

Na ocasião, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), foram nomeados como interventores, mas a CBF conseguiu recurso e anulou a decisão.

CABOCLO AFASTADO

Eleito em abril de 2018, Rogério Caboclo tomou posse em abril do ano seguinte para um mandato de quatro anos. Em junho do ano passado, porém, ele foi suspenso provisoriamente após ser acusado de assédios moral e sexual por uma funcionária. 

Três meses mais tarde, Caboclo foi suspenso por 21 meses por recomendação da Comissão de Ética. Na ocasião, todos os 27 dirigentes estaduais referendaram a punição.

Rogério Caboclo sempre refutou as acusações e se diz vítima de um complô para retirá-lo do poder. Procurado peloEstadão para se manifestar sobre a assembleia desta quinta, ele preferiu não se manifestar.

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