Só o futebol explica as alternâncias do empate entre Ponte e Vitória

Só o futebol explica as alternâncias do empate entre Ponte e Vitória

Só o futebol explica as alternâncias do empate entre Ponte e Vitória

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Pense num jogo em que quase tudo acontece. Pois foi isso que ocorreu no empate por 3 a 3 entre Ponte Preta e Vitória, na noite desta sexta-feira, em Campinas.

Dos seis gols, quatro foram originários de falhas.

A Ponte errou nos três gols e o Vitória em um.

A Ponte começou confusa, deu sinais de progresso ainda no primeiro tempo, pra depois atingir escalada decadente quando procedidas as substituições pelo treinador João Brigatti.

Vitória começou atrevido, caiu abruptamente de rendimento, e surpreendentemente deu as cartas na final da partida, mesmo com seu treinador Bruno Pivetti terminando a partida com dois laterais pelo lado esquerdo – Carleto e Rafael Carioca – e um meio-campista improvisado na zaga, caso de Jean, visto que o quarto-zagueiro Gabriel Furtado saiu machucado.

MATHEUSINHO

Se no Guarani o atacante Matheusinho ficou devendo, eis que foi participativo em dois gols do Vitória, e atingiu conceito bom na partida.

Quando há citação de que quase tudo acontece, não se pode excluir erro de arbitragem – caso do gaúcho Daniel Nobre -, ao validar jogada de impedimento que determinou o segundo gol do Vitória, de Léo Ceará.

Deu pra entender esse emaranhado de coisas?

Isso é futebol, a modalidade esportiva da imprevisibilidade.

Aqueles caras que falam, escrevem e apregoaram favoritismo à Ponte Preta, mais uma vez tiveram exemplo que não se deve fazer prognóstico pré-jogo.

Já que a Ponte Preta realizou o terceiro jogo da Série B do Campeonato Brasileiro basicamente com o mesmo time, não dá mais pra culpar falta de entrosamento pelo tropeço em casa.

Dá pra citar que houve progresso de alguns jogadores.

O meia João Paulo, por exemplo, fez jogada de boleiro talentoso quando lançado pelo também meia Camilo, e escapou de dois adversário antes de empurrar a bola pra rede, no segundo gol pontepretano.

O primeiro gol da Ponte teve assinatura do conjunto, quando o centroavante Zé Roberto tocou de forma açucarada para o volante Neto Moura chutar cruzado, de forma indefensável.

Naquele espaço de 28 a 33 minutos, quando virou o placar, a Ponte Preta era soberana em campo, dando clara impressão de que a vitória não escaparia.

VOLANTES

Impressão, apenas, pois jogou todo primeiro tempo com erro de posicionamento dos volantes.

Luís Oyama tem por hábito se posicionar mais centralizado, Neto Moura ocupou mais a faixa da direita, e quem preenchia o espaço do lado esquerdo era Camilo.

Só que Camilo voltava pra iniciar a organização de jogadas, e não para executar a função de terceiro volante marcando pelo lado esquerdo.

Pois o Vitória teve percepção deste deslize tático do time pontepretano e passou a explorá-lo.

Foi naquele ‘vácuo’ que Matheusinho estava posicionado para receber o presente do zagueiro pontepretano Rayan, e incontinenti servir Léo Ceará, que marcou o segundo gol do Vitória aos 37 minutos do primeiro tempo.

Cabe a expressão ‘vácuo’ porque o lateral-esquerdo pontepretano Ernandes hesitava na marcação e Rayan chegava atrasado nas jogadas que se desenrolavam por ali.

Numa delas, Matheusinho aproveitou pra ajeitar a bola e visar a meta do goleiro Ivan, em chute que a bola ‘beijou’ o poste direito.

E foi no desdobramento de falha coletiva da defesa pontepretana, essencialmente de Ernandes, que Matheusinho marcou o primeiro gol de sua equipe, aos sete minutos.

MUDANÇAS

Enquanto teve pernas, até os dez minutos do segundo tempo, o atacante Osman procurou se movimentar.

Matheus Peixoto, que o substituiu, está sem ritmo de jogo, apesar do oportunismo ao marcar o terceiro gol da Ponte, quando explorou rebote do goleiro Ronaldo.

Na cabeçada de Moisés – que havia substituído Camilo -, a bola era defensável, mas o goleirão largou.

Pra corrigir parcialmente o ‘vácuo’ do lado esquerdo da defesa, Neto Moura passou a se posicionar por ali, mas teve atribuição facilitada porque Matheusinho havia mudado de lado, e quando foi substituído por Rafael Carioca, o Vitória privilegiou atacar pelo lado esquerdo.

TRÊS ATACANTES

De que adiantou a Ponte ficar com três atacantes, se apenas João Paulo participava da organização?

Ernandes sequer correspondia quando avançava, e raramente se espera jogada lúcida do lateral Adopi.

Com a Ponte desguarnecida no meio de campo, o Vitória aproveitou para ganhar os rebotes e ter o controle da partida.

Assim, passou a rondar a área pontepretana, até que o predestinado Rafael Carioca acertasse chute forte no canto esquerdo, porém de longa distância e defensável para goleiro do porte de Ivan, que chegou tarde na bola: 3 a 3 aos 40 minutos do segundo tempo.

E por mais paradoxo que pareça, o Vitória queria o quarto gol, e atacou até o final, sem consegui-lo.