Sem salários, elenco do Operário-MS entra em greve

Elenco do Operário-MS cruza os braços por salários atrasados e promete entrar em campo na Série D apenas para evitar WO.

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Jogadores denunciam 54 dias sem pagamento e prometem atuar contra o Cianorte apenas para não sofrer WO. (Reprodução/Instagram)

Campo Grande, MS, 24 (AFI) – O clima é de tensão no Operário-MS. Com salários atrasados há 54 dias, segundo relatos do elenco, os jogadores decidiram paralisar os treinamentos e afirmaram que só entram em campo na última rodada da fase de grupos da Série D do Campeonato Brasileiro para evitar um WO.

JOGADORES PARADOS E SEM PRAZO

O elenco segue se apresentando diariamente na sede do clube, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, mas não realiza atividades no campo. A alegação é de que o clube não quitou os salários e não realizou os depósitos do FGTS. Os contratos dos atletas se encerram com o fim da participação do time na Série D.

A última partida será neste sábado (26), às 15h, no Estádio das Moreninhas, contra o Cianorte-PR. Sem chances de classificação, o Galo é o 6º colocado do Grupo 7, com 14 pontos em 13 jogos. Apesar da crise, o técnico Raphael Pereira manteve a invencibilidade nos cinco jogos que comandou a equipe.

A diretoria admite os atrasos, mas contesta o tempo informado pelo elenco. “O atraso não é de 54 dias. Temos pendência de 16 dias”, declarou o clube em nota. O presidente Nelson Antônio da Silva confirmou a busca por recursos, mas não deu previsão para a regularização. “Estou na correria atrás desse dinheiro. Não dá pra falar com vocês agora”, disse.

EXPERIÊNCIAS CONTRASTANTES

Ex-jogadores relataram situações distintas sobre a gestão do clube. O atacante Everton Kanela, hoje no Grêmio Prudente-SP, afirmou que não teve problemas enquanto defendeu o Galo. Já o meia Théo Lanza, emprestado pelo Guarani-SP e que deixou o clube recentemente, teve outra experiência.

Segundo o empresário Cássio Oliveira, houve atraso no salário, descumprimento de acordos de imagem e falta de estrutura para recuperação de lesões. “Ele ama o clube, se identificou com a torcida. Até pagou fisioterapia do próprio bolso para tentar continuar jogando”, afirmou o agente.