Se nem o Cruzeiro seria capaz de segurar a Chape, por que a Ponte Preta seguraria?
Macaca perdeu a invencibilidade de três jogos no interior catarinense.
Ponte Preta entrou em campo bastante desfalcada e virou 'presa' fácil para a Chapecoense.
Campinas, SP, 03 (AFI) – Para uma equipe que vinha empreendendo elogiosa reação nesta Série B do Campeonato Brasileiro, o torcedor da Ponte Preta questiona: o que ocorreu para sofrer goleada por 3 a 0 para a Chapecoense, na noite deste sábado, no interior catarinense?
Tem-se que reconhecer, inicialmente, que a Chapecoense realizou a sua melhor partida na competição. Até parecia que estava no pelotão de cima em busca do acesso, tal a prática de elogiável organiação defensiva, compactação, transição em velocidade ao ataque e certeira recomendação tática para usar com precisão o lado direito da defensiva pontepretana e assim desestabilizá-la.
Portanto, uma coisa é a Ponte Preta com seu time completo; outra coisa é desfalcada.
O treinador Gilmar Dal Pozzo, da Chapecoense, teve a clara percepção que o lado direito da defensiva pontepretana poderia ser explorado por duas razões fundamentais.
Como a Ponte estava sem o meio-campista Wallissson, que faz recomposição por aquele setor, e sem o zagueiro Mateus Silva, com tempo adequado para cobertura, esse lado da marcação da Ponte Preta ficou vulnerável, pois o atacante de beirada Barcia não voltava sistematicamente para fazer a recomposição e o zagueiro Thiago Oliveira estava perdido na cobertura.
CHANCES DA CHAPE
Aí, com sabedoria a Chapecoense teve a leitura para explorar aquele lado do campo e criou as principais jogadas durante o primeiro tempo, faltando capricho nas finalizações.
Foi assim que o atacante Chrystian participou de conclusão de jogada aos oito minutos, mas a bola chocou-se na trave direita.
Dois minutos antes o time catarinense abriu o placar após cobrança de escanteio, ocasião em que o volante pontepretano Léo Naldi, em desvantagem na estatura, perdeu a disputa pelo alto para o zagueiro da Chapecoense Victor Ramos, que cabeceou a bola no canto direito.
Novamente Chrystian, aos 33 minutos, adiantou demais a bola no enfrentamento ao goleiro Caíque França e perdeu o ângulo na finalização.
Dez minutos depois, Alisson Faria foi travado na finalização dentro da área.
Se o histórico de chances criadas pela Chapecoense atingiu essa proporção, a Ponte Preta não criou uma sequer naquele período.
De que adiantou ter mais posse de bola se faltou a devida criatividade ofensiva, visto que sem o lateral-esquerdo Arthur, suspensto, o time ficou sem a transição pelo setor com seu substituto Jean Carlos.
BARCIA
A escalação do treinador Hélio dos Anjos foi equivocada ao desguarnecer o meio de campo sem a presença de Wallissson, porque o atacante Barcia não ocupou aquele espaço.
Com meio de campo mais povoado, a Chapecoense ganhou a maioria dos rebotes na faixa central do gramado e, de posse de bola, soube colocar em prática velocidade nas jogadas ofensivas.
Como se observa, a perda de três titulares da Ponte Preta, suspensos, recomendava escolha criteriosa dos substitutos, e aí Dos Anjos falhou.
É sabido que o lateral-direito Igor Formiga coloca velocidade pelo setor quando ataca, mas tem deficiências para se defender.
Logo, não foi pensado em cobertura regular pelo setor.
Dos Anjos tentou correção de erros no intervalo, ao colocar Norberto na lateral-direita, remanejou Formiga para o lado esquerdo e trocou Barcia de lado, deixando a incumbência de ajudar a marcação do lado direito da defensiva pontepretana através de Echaporã, que havia substituíodo Fessin.
GOLEADA
Não adiantou nada, porque como a Ponte ficou mais exposta, a Chapecoense ora atacava pela esquerda, ora pela direita, centralizando as jogadas nas proximidades da área adversária.
Foi assim, em contra-ataques, que ampliou o placar através de Chrystian, aos 18 minuis, e novamente aos 30 minutos.
Afora isso, Willian Pop perdeu gol incrível, sem goleiro, e o lateral-direito Maílton exigiu defesa difícil de Caíque França, depois de enfileirar três jogadores adversários.
Portanto, cabe reafirmar que nem o líder Cruzeiro seria capaz de segurar a endiabrada Chapecoense neste sábado.
Logo, isso até serve para minimizar erros de Dos Anjos e rendimento aquém do previsto de jogadores da Ponte como Élvis, Léo Naldi, Fessin e Lucca.
