Sorocaba, SP , 17 (AFI) – No próximo dia 9 de novembro, no CT Humberto Reale, os mais de 300 sócios do São Bento irão definir o destino e o futuro do clube centenário de Sorocaba, votando sobre a sua transformação (ou não) em Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Para esclarecer torcedores e associados, a diretoria do São Bento divulgou em suas redes sociais um link onde o clube detalha os pontos da proposta e esclarece as principais dúvidas sobre o tema.

TEMPO DAS NEGOCIAÇÕES

No site, estão disponíveis temas como a linha do tempo das negociações, que começaram em 22 de setembro, com a reunião do Conselho Deliberativo do Esporte Clube São Bento para dar continuidade ao processo de escolha da proposta vinculante referente à constituição da SAF.

A proposta escolhida foi a apresentada pela empresa GCF&MC, representada por Cesar Grafietti, Rodolfo Kussarev Junior e José Vitor Roque Junior.

AJUSTES

O clube informa que, em 2 de outubro, o Conselho e a Diretoria Executiva solicitaram alguns ajustes na proposta inicial, que foi retificada pela empresa GCF&MC em 30 de outubro e voltou para nova análise dos conselheiros.

Ainda relata que, em 2 de outubro, foi assinada a Proposta Vinculante entre o clube e os investidores do Grupo Convocados, iniciando-se as análises do processo de Due Diligence. Em 11 de outubro, houve a primeira apresentação da empresa interessada aos associados, mostrando o projeto para o clube.

VENDIDO OU PRIVATIZADO?

O site busca esclarecer aos torcedores dúvidas como o que é uma SAF e se o São Bento será vendido ou privatizado:
“Não. A Associação Esporte Clube São Bento não será vendida. Ela se tornará sócia perpétua da nova empresa, a ‘São Bento SAF’, e continuará existindo normalmente, com sua Assembleia de Sócios, Conselho Deliberativo e Diretoria Executiva. O que será transferido para a SAF é a gestão do departamento de futebol”, explica o clube.

GRUPO PARCEIRO

A página também apresenta o grupo parceiro escolhido, o “Grupo Convocados”, representado por Cesar Grafietti, Roque Junior e Rodolfo Kussarev, “profissionais com ampla experiência e credibilidade no mercado do futebol”.

Eles são os responsáveis pela criação e gestão do São Bento SAF. Mais detalhes sobre os investidores serão divulgados antes da Assembleia Geral, durante a realização da due diligence pelo Conselho Fiscal do ECSB.

VALOR DO NEGÓCIO

A página informa ainda os valores do negócio: orçamento previsto de R$ 140 milhões para os próximos 10 anos, com aporte de capital de R$ 30 milhões que será investido na SAF ao longo desse período para uso no futebol. Prevê também a quitação dos passivos do clube, estimados em R$ 11 milhões.

CRITÉRIOS E GARANTIAS

O texto aborda os responsáveis e os critérios para o uso desses recursos: “A gestão e o direcionamento dos investimentos serão de responsabilidade da administração da SAF, composta por uma Diretoria Executiva e um Conselho de Administração.

Os investidores, como acionistas majoritários (90%), indicarão a maioria dos membros desses órgãos, sendo os responsáveis finais pelas decisões estratégicas e pela alocação dos recursos. O clube-associação participará ativamente da fiscalização e das decisões por meio dos assentos que terá no Conselho de Administração e no Conselho Fiscal”, informa o documento.

O ACORDO

O acordo prevê ainda um limite de endividamento de curto prazo correspondente a 50% das receitas do exercício anterior.

Também estão previstas possibilidades de desistência do negócio tanto pelo São Bento quanto pelos proponentes, além de garantias e proteções para o clube, como:

• A SAF não poderá alterar o nome, as cores, o escudo, o hino ou a sede do clube para fora de Sorocaba;
• A Associação manterá 10% das ações da SAF (Classe A), com poder de veto sobre esses pontos;
• O Complexo Humberto Reale permanecerá como patrimônio da Associação e não fará parte da negociação;
• Os investidores cederão ações da SAF como garantia à realização dos investimentos propostos.

MECANISMO DE GARANTIA

Sobre o que acontece se o investidor não cumprir os aportes, o documento explica que o contrato prevê um mecanismo de garantia chamado “devolução de ações” (share devolution). Caso o cronograma de investimentos não seja cumprido, o investidor perderá ações da SAF, que serão devolvidas proporcionalmente para o clube-associação.

O documento lembra ainda que as receitas das mensalidades dos sócios atuais e futuros continuarão sendo destinadas à Associação.

UTILIZAÇÃO DO CT

Quanto à utilização do CT Humberto Reale pela SAF, o documento esclarece que não há risco de o clube perder o centro de treinamento. Está previsto o uso compartilhado do CT como sede da Associação e da SAF.

Se a proposta for aprovada pelos sócios, todas as atividades do departamento de futebol, incluindo marketing, passarão a ser geridas pela SAF. A

estrutura de governança prevista garantirá ao clube, enquanto acionista da SAF, o direito a 1 membro efetivo e 1 suplente no Conselho de Administração, além de 1 membro efetivo e 1 suplente no Conselho Fiscal da SAF.

Além disso, os documentos assegurarão outros direitos de fiscalização e acesso a informações usuais de acionistas minoritários, alinhados às melhores práticas de governança.