Campinas, SP, 02, (AFI) – O Athletic anunciou na tarde desta segunda-feira (02) a saída de Roger Silva do comando técnico. O treinador entregou o cargo após a derrota para o Cuiabá, no Independência, pela 10ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Junto com ele, deixam o clube os auxiliares Renato Gheller e Eduardo Abdo.

A campanha ruim na Série B, com apenas seis pontos conquistados em dez jogos, sendo duas vitórias e oito derrotas, culminou na saída do técnico, que deixa o time na zona de rebaixamento, na 18ª colocação.

Roger, de 39 anos, ficou marcado na história do Athletic ao liderar a campanha do acesso inédito à Série B. Ele também comandou o clube em grandes campanhas no Campeonato Mineiro, conquistando títulos importantes como o Mineiro do Interior (2022 e 2023), a Recopa Mineira (2023) e o Troféu Inconfidência (2024).

Mesmo após o acesso, Roger chegou a ter a permanência colocada em dúvida, mas havia renovado o contrato para a temporada de 2025. Com a saída, o Athletic inicia busca por um novo comandante.

DO PROFISSIONAL À TAÇA DAS FAVELAS

No último domingo (01), antes de oficializar a saída do Athletic, Roger esteve em Campinas, interior de São Paulo, acompanhando de perto um momento especial: a participação do filho, Nicolas, na Taça das Favelas Campinas. O garoto defendeu a Favela Vila Rica, que avançou à próxima fase após vencer a Vila Boa Vista por 3 a 0.

Assim como o pai, Nicolas vestiu a camisa 9 e foi destaque da partida, apesar de não ter balançado as redes. O garoto criou boas chances, mas parou na grande atuação do goleiro adversário, especialmente em uma defesa no fim do segundo tempo.

Em entrevista ao repórter Anthony Cunha, do Futebol Interior, Roger falou sobre a emoção de rever a quebrada onde nasceu e cresceu, agora representada pelo filho.

— Vim acompanhar o Nicolas, mas vim principalmente acompanhar a Vila Rica, né? A Vila tá primeiro no nosso coração. Fico feliz dele estar defendendo minha quebrada, onde fui criado, onde meus amigos estão. É especial demais — destacou.

Roger aproveitou para valorizar o ambiente e a importância da Taça das Favelas.

— Sempre que posso, estou por aqui. Acho que é importante a gente estar, incentivar, pra que cresça. Aqui tem talentos que precisam ser descobertos. É um celeiro — afirmou o ex-atacante, que fez carreira em clubes como Ponte Preta, São Paulo, Corinthians, Botafogo, além de passagens pelo exterior.

Apesar de Nicolas não querer seguir carreira como jogador, Roger deixou um recado para os jovens atletas das favelas que sonham com o futebol:

— Quem quer ser atleta precisa abrir mão da adolescência, da juventude. Precisa se dedicar, acreditar. Sempre tem uma oportunidade ali na frente.

CARREIRA MARCANTE

Como jogador, Roger Silva teve trajetória vitoriosa, com passagens por grandes clubes do Brasil e do exterior. Foi campeão da Libertadores pelo São Paulo em 2005, e da Copa do Brasil pelo Sport.

No exterior, defendeu Al Nassr (Arábia Saudita), Kashima Reysol (Japão) e Suwon Bluewings (Coreia do Sul). Encerrou a carreira como atleta na Inter de Limeira, em 2021.

Agora, livre no mercado após a saída do Athletic, Roger Silva poderá descansar e refletir sobre os próximos passos na carreira de treinador.