Corinthians discute SAF e artigos polêmicos em meio a tensão política

Votação do novo estatuto do Corinthians mobiliza conselheiros e associados em meio a polêmicas.

Votação da reforma do estatuto do Corinthians causa polêmica e pressiona conselheiros e associados.

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Corinthians vive bastidores agitados. (Foto: Gustavo Vasco/Corinthians)

São Paulo, SP, 10 (AFI) – Os bastidores do Corinthians estão em ebulição após a divulgação do calendário de votação da aguardada reforma do estatuto do clube. Sob comando do presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, conselheiros decidirão sobre o texto no dia 24 de novembro, enquanto os associados terão a palavra final em 20 de dezembro.

O clima ficou tenso após a revelação do anteprojeto, que já vinha sendo debatido há anos, mas foi apresentado oficialmente em outubro.

Parte dos conselheiros não esconde o descontentamento com o que chamam de “andamento acelerado” do processo, pedindo mais tempo para analisar o documento.

O projeto, que inclui tópicos como a possível adesão ao SAF, foi construído após diversas reuniões e sugestões vindas de diferentes grupos e coletivos.

CONSELHO DELIBERATIVO

A discussão esquentou de vez em reunião do Cori, quando vozes como a de Felipe Ezabella classificaram o projeto como “imprestável” e defenderam uma análise sem pressa de todo o Conselho Deliberativo, além de um parecer formal do Cori.

Diante das cobranças, Romeu Tuma Júnior reagiu afirmando que, como presidente, não deve satisfações ao secretário do órgão — o que, segundo ata da reunião, resultou em debate acalorado e até saída de Tuma da sala.

Inicialmente, a votação estava marcada para 17 de novembro, mas foi adiada para o dia 24, atendendo à pressão por mais prazo. Desde então, Tuma relata ter sido procurado por conselheiros a todo momento, todos trazendo reclamações e pedidos de mudanças no texto do estatuto.

VOTAÇÃO, SAF E ARTIGOS POLÊMICOS

Outro ponto que joga lenha na fogueira é a decisão de Tuma de realizar votação aberta e em bloco, o que dividiu opiniões. Para parte do Conselho, o voto aberto pode gerar constrangimento, especialmente na apreciação do artigo que prevê voto para sócios-torcedores — tema que encontra resistência e apoio ferrenhos.

Há ainda forte polêmica sobre o artigo que proíbe parentes de conselheiros de serem funcionários do clube, já que muitos têm familiares empregados.

Para tentar baixar a temperatura, uma reunião informal com representantes de todos os grupos políticos foi agendada para o dia 13 de novembro, no Parque São Jorge.

Mesmo assim, a expectativa é de que os debates sigam intensos até a assembleia geral, quando os associados decidirão o destino dos artigos mais polêmicos do novo estatuto corintiano.

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