Terceiro do ranking, Rafael Macedo tenta primeiro ouro do Brasil no Mundial de Judô

Beatriz Souza (+78kg): Campeã olímpica, Bia voltou aos treinos intensivos no fim de 2023 e já conquistou o título pan-americano neste ano

A competição, que reúne mais de 500 atletas de 90 países, marca o primeiro grande compromisso da nova fase olímpica, já mirando os Jogos de Los Angeles 2028

Brasil
Luiza Moraes/COB

São Paulo, SP , 17 (AFI) – O Brasil entra na segunda semana do Mundial de Judô de 2025, em Budapeste, com grandes expectativas e nomes de peso prontos para brigar por medalhas. Depois de uma primeira fase com dois pódios: Daniel Cargnin (prata) e Shirlen Nascimento (bronze) e a falta de pódio de Rafaela Silva e Nauana Silva, a equipe brasileira volta ao tatame nesta terça-feira (17) com foco total nos principais nomes da delegação.

A competição, que reúne mais de 500 atletas de 90 países, marca o primeiro grande compromisso da nova fase olímpica, já mirando os Jogos de Los Angeles 2028. A seleção brasileira conta com 20 atletas nas disputas individuais e participação na competição por equipes mistas no último dia (20/06).

A semana reserva os principais duelos brasileiros: Rafael Macedo, atual terceiro do ranking mundial até 90kg e vivendo a melhor fase da carreira; e Beatriz Souza, campeã olímpica e segunda cabeça de chave na categoria acima de 78kg.

Quem são os favoritos do Brasil nesta reta final?

Rafael Macedo (até 90kg): Com pódios em Grand Slams e ouro no Pan-Americano, é um dos atletas mais consistentes do ciclo atual. Enfrenta uma chave duríssima com medalhistas olímpicos e líderes do ranking, mas tem chances reais de medalha. Sua estreia no tatame será contra o vencedor de Ivaylo Ivanov, da Bulgária, e Adam Kopecky, da República Tcheca, na terça-feira (17).

Beatriz Souza (+78kg): Campeã olímpica, Bia voltou aos treinos intensivos no fim de 2023 e já conquistou o título pan-americano neste ano. Estreia na quinta-feira (19) contra uma atleta de Angola e, nas quartas, pode enfrentar a japonesa Mao Arai. Está entre as favoritas ao pódio.

Tradição que se renova

O judô é o esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil nas Olimpíadas – foram 22 ao todo, incluindo quatro ouros. Com nomes históricos como João Derly, Tiago Camilo, Mayra Aguiar e a própria Rafaela Silva, o Brasil tem tradição e respeito internacional, chegando ao 5º lugar no ranking histórico da modalidade com 28 medalhas conquistadas. Ficando atrás apenas de Cuba (37), Coréia do Sul (50), França (67) e Japão (104).

No último Mundial, em 2023, o país conquistou dois bronzes com Beatriz Souza e Rafael Silva (Baby), ambos na categoria dos pesados. Já a melhor campanha da história aconteceu em 2007, no Rio de Janeiro, quando o Brasil conquistou sete medalhas e ficou em terceiro lugar no quadro geral.

Para Rafael Silva, o “Baby”, medalhista olímpico e embaixador da Recoma, empresa especializada em infraestrutura esportiva, o desempenho atual é reflexo de uma base bem estruturada:

“O Brasil tem tradição no judô e chegou onde chegou porque há um trabalho sério desde a base. Estrutura faz diferença e isso vai desde bons tatames até centros de treinamento bem planejados. Hoje, vejo um investimento crescente em infraestrutura esportiva, o que é essencial para mantermos o país competitivo em alto nível”, afirma Baby.

O Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) também reforça esse papel dos clubes formadores. Muitos dos judocas que hoje estão em Budapeste começaram suas trajetórias dentro dessas instituições.

“O Brasil só alcança esse nível no judô porque há uma base sólida nos clubes formadores. Muitos dos atletas que estarão em Budapeste nasceram esportivamente dentro dos clubes que o CBC apoia com infraestrutura, formação e intercâmbio. É um trabalho silencioso, mas que dá resultados”, diz Paulo Maciel, presidente do CBC.

Equipe mista também promete

O Brasil encerra sua participação no Mundial no dia 20 com a competição por equipes mistas. Bronze nas Olimpíadas de Paris, a seleção está entre os favoritos ao pódio, mesmo com algumas ausências importantes. A estreia será contra o Cazaquistão, e, se avançar, pode enfrentar Alemanha e França nas fases seguintes.