Campinas, SP, 26 (AFI) – O presidente do Guarani, Leonel Martins de Oliveira, pode ter inúmeros defeitos, mas em um aspecto ele é campeão: nenhum presidente na história bugrina contrata tanto jogador ruim como Leonel Martins. Avaliando com mais cautela, nenhum outro clube brasileiro tem algum cartola que sabe contratar tanto jogador ruim como o “Kadafi do Brinco”.

Para quem tem visto os “bondes” de hoje vestindo a camisa do Guarani, como Gabriel, Carlinhos, Lusmar, Everton Páscoa, Mika, Rafael Jataí, não imagina o que Leonel já fez no passado.

Antes, os “bondes” não comprometiam tanto pois as categorias de base do Guarani eram ativas e revelavam jogadores que acabavam fazendo a diferença. Mas hoje, sem categorias de base, os bondes de Leonel estão servindo para o time colecionar rebaixamentos.

Nos anos 1970 e 1980, nas vezes que esteve como presidente, Leonel Martins contratou jogadores do mesmo nível que vem contratando hoje, alguns que acabaram ficando folclóricos, como Tião Tomé, Dedeu e Niquinha, por exemplo.

Leonel trocou Campos por Dedeu e Zé Maria
Nos anos 1970, Leonel Martins torrava dinheiro em contratações faraônicas ou em contratações de perna de pau. Em 1976, por exemplo, Leonel Martins “secou” o cofre bugrino comprando o atacante Campos, do Atlético Mineiro e que tinha jogado na Seleção Brasileira.

Campos foi mais ou menos no Guarani e, apesar da fortuna gasta, Leonel Martins fez negócio com o Náutico-PE, trocando Campos pelo ponta direita Dedeu e o meia Zé Maria. Isto mesmo, com Leonel Martins, o Guarani gastou milhões para contratar Dedeu e Zé Maria.

Mas a lista dos “bondes” dos anos 1970 não se limitam aos meias Tião Tome e Zé Maria e ao ponta direita Dedeu. Da Costa (goleiro), Valdir Tripé (goleiro), Walter Silva (zagueiro), Bosco (volante), Danilo (foto do meia ao lado), Dílson (ponta), Galvão (ponta), Roberto (ponta), Ziquita (atacante), Laone (ponta), Amauri (ponta), Valdez (ponta), Bié (atacante), Zé Carlos Olímpico (atacante), foram outros integrantes do “Bonde do Leonel”, contratados até 1977.

A partir do final de 1977, Leonel Martins afastou-se da presidência do clube, tempo suficiente para o Guarani ser campeão brasileiro em 1978 e fazer uma ótima Taça Libertadores em 1979.

Leonel volta em 1984 e “bondes”
Mas Leonel Martins voltou a ser presidente em 1984 e com ele mais “bondes”. Entre 1984 e 1987, Leonel superou-se contratando jogadores que mal serviriam nem para times varzeanos.

Na década de 1980, Leonel Martins apresentou jogadores como Jorge (zagueiro), Gilberto (lateral), Naldo (meia), Serginho (meia), Artur (meia), Simões (ponta), Niquinha (ponta), João Paulo Uberaba (ponta) e Maguinha (atacante).

Com este nível de jogadores, o Guarani quase foi rebaixado no Campeonato Paulista de 1986, mas, sob a supervisão do falecido Jair Lima, o Guarani soube contratar e foi vice-campeão brasileiro no mesmo ano.

Mas como Leonel não gosta de deixar o estádio Brinco de Ouro sem “bonde”, em 1987, mesmo com o time na Libertadores da América, onde foi eliminado já na primeira fase, Leonel Martins superou-se nos “novos bondes” e, novamente, o Guarani quase acabou caindo no Campeonato Paulista daquele ano.

Carlinhos (goleiro), Walter Dib (goleiro), Luciano (zagueiro), Leomar (zagueiro), China (volante), Laércio (lateral), Edson (lateral), Lourival (volante), Inácio (meia), Zico Gaúcho (meia), Carlos Alberto (meia), Luizinho (ponta), Pedrinho (ponta), Pio (atacante), foram às grandes contratações de Leonel Martins para seu último ano na presidência do Guarani, antes de retornar em 2006.

Torrando dinheiro com jogadores conhecidos
Além destes bondes, Leonel Martins gastou fortuna com contratações de outros jogadores conhecidos que nada produziram dentro de campo, mas que deram enorme prejuízo. Mas isto é tema para outra reportagem.