Por que jogadores brasileiros tem dificuldade de adaptação ao futebol europeu?

Questões técnica e físicas podem influenciar no desempenhos dos atletas

Questões técnica e físicas podem influenciar no desempenhos dos atletas

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Campinas, SP, 13 – A lista de jogadores brasileiros que fizeram sucesso no futebol europeu é grande: Ronaldo, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, entre outros, brilharam nos gramados do velho continente. Outros, como os atacantes Gabigol, atualmente no Flamengo, e Robinho, com passagens apagadas em Real Madrid e Manchester City, não vingaram o que se esperava deles atuando fora do Brasil.

QUAL O SEGREDO?

Robinho passou por suplementação física na Europa. (Foto: Divulgação / CBF)

Robinho passou por suplementação física na Europa. (Foto: Divulgação / CBF)

Por isso, muitos se perguntem: qual o segredo para que um jogador com boa qualidade técnica possa desenvolver o mesmo futebol apresentado aqui, em terras estrangeiras?

O que pode interferir na capacidade técnica, emocional e estratégica do jogador?

Uma das respostas está no estudo promovido pelo Saúde Lab, que mostra como a suplementação de atletas brasileiros na Europa pode ser um aliado importante no desempenho desses jogadores.

“O perfil do atleta brasileiro, se comparado com o de um britânico, é bastante diferente. Os jogadores de times europeus são muito mais fortes. Quando um atleta brasileiro vai para o Chelsea ou para o Manchester United, por exemplo, ele passa por um processo de engorda, baseado em uma readaptação alimentar para que ele consiga ficar mais forte”, afirmou a nutricionista Mirtes Scantanelli, em entrevista à Universidade do Futebol.

LIMITAÇÕES

“O jogador brasileiro tem algumas limitações de aceitação do que se coloca para ele comer e treinar. Então existem alguns limitantes nesse sentido. O que não acontece no futebol inglês, por exemplo. Os atletas de lá tem uma potência, uma força e uma velocidade fora do comum”, completou.

Mas, para além das questões físicas e nutricionais, o técnico e o tático também têm feito a diferença quando o assunto é a adaptação do brasileiro ao futebol europeu.

ADAPTAÇÃO

Há treze anos na Europa, o meio-campo William saiu do Corinthians em 2007, rumo ao futebol ucraniano. Franzino, ganhou massa muscular e inteligência tática para aguentar o estilo praticado fora do Brasil. Hoje, ele é um dos principais jogadores do Chelsea e com duas Copas do Mundo no currículo.

“O futebol aqui (Europa) é mais agressivo, rápido. No Brasil é mais lento, você tem mais tempo para pensar. Na Europa você está sempre sob pressão, então acho que isso dificulta a adaptação de alguns jogadores”, disse em entrevista ao site da CBF.

MUDANÇAS

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Outro que deixou o futebol brasileira ainda jovem e hoje é titular do Real Madrid é o volante Casemiro.

Antes de brilhar em dos maiores times do mundo, ele foi muito bem com a camisa do Porto.

A diferença entre o futebol praticado no Brasil e o realizado na Europa é tão grande, segundo Casemiro, que ele se considera um jogador brasileiro.

“É verdade que não me sinto como um jogador de futebol brasileiro. Alguns têm a qualidade, outros a magia, outros o trabalho. Eu, sem dúvida, tenho este último, a humildade e a vontade de querer ganhar sempre. Aprendi muitas coisas na Europa, me adaptei muito bem ao futebol daqui, talvez por isso pareça mais um jogador europeu do que brasileiro”, disse em entrevista El País.

ALGUNS CASOS

Além de Gabigol e Robinho, outros jogadores sofreram para se adaptar ao futebol europeu e não conseguiram brilhar o que se esperava deles.

Alguns casos recentes são do meia Paulo Henrique Ganso, que rodou por Espanha e França, o atacante Keirrison, com passagens por Barcelona, Benfica e Fiorentina, e o também atacante Alexandre Pato, que permaneceu por 5 temporadas no Milan, mas não conseguiu obter o sucesso esperado.