POLÊMICA! "Máfia do Ingresso" volta a assombrar futebol brasileiro
Denúncias colocam em "xeque" o encolhimento dos estádios brasileiros
Campinas, SP, 27 (AFI) – A diretoria da Ponte Preta confirmou, na manhã desta quarta-feira, que errou na divulgação do público pagante do empate com o São Bernardo (1 x 1) por conta de um erro humano (clique aqui e veja a matéria). Tal equívoco levantou novas suspeitas sobre um assunto que rola nos bastidores da bola há vários anos: a suposta “Máfia do Ingresso”. Há diversas denúncias de que existe um esquema de ingressos falsos comandado por cambistas.
Ingresso na mão é entrada garantida?De acordo com estas acusações, existiria uma grande rede de cambistas que agiria, inclusive, com o consentimento dos dirigentes dos clubes. Esta “Máfia do Ingresso” usaria empresas especializadas na confecção de ingressos, como a BWA – empresa que já foi alvo de diversas acusações de falsificação de ingressos -, para produzir e comercializar bilhetes falsificados e clonados.
Conforme as denúncias, este grupo agiria principalmente em jogos de grande apelo, como decisões, clássicos, entre outros. Em uma partida com público superior a 20 mil pessoas, a defasagem poderia a chegar a impressionantes cinco mil ingressos. Isso significa que em vez dos 20 mil pagantes publicados, o estádio estaria na verdade com 25 mil pessoas. Fato que poderia causar superlotação de um estádio e aumentaria o risco de uma tragédia.
Esta suspeita explicaria muito do “encolhimento” dos estádios brasileiros nas últimas décadas. Causa estranheza não só de torcedores, como da própria imprensa o fato de um estádio como Morumbi já ter recebido 140 mil torcedores e, hoje, ficar “lotado” com 50 mil pessoas. Mesmo que os novos cuidados com a segurança tenham delimitado um espaço considerável para cada torcedores.
Teve “pega cambista” em Bragança (Foto: Rodrigo Villalba)
Pega cambista
Para evitar a entrada de “penetras”, que supostamente estariam com os tais ingressos falsos, o Bragantino criou um mecanismo “pega cambista. Nos jogos contra Santos e Corinthians, a diretoria do Massa Bruta vendeu ingressos duplos.
Quem comprou a entrada nas bilheterias do clube recebeu junto outro com código de barra para evitar falsificação. No dia da partida, o torcedor, primeiro, entregava o tíquete oficial com a tarja magnética e depois um ingresso de papel especial, com código de barra.
Segundo o presidente do Braga, Marco Chedid, a iniciativa beneficiou o torcedor e o clube, garantindo mais segurança na hora de adquirir os bilhetes. “O público presente aos jogos foi real. Não tivemos problemas de falsificação e nem superlotação”, afirmou, sem entrar no mérito da “Máfia do Ingresso”.
Clubes são vítima? Ou não?
Mesmo que o clube não tenha envolvimento com o esquema de ingresso, pode acabar vítima de bilheteiros e até de torcidas organizadas, que costumam ganhar ingressos. Recentemente, vários torcedores da Ponte Preta questionaram o fato de que ao entregarem seus ingressos ao bilheteiro, os mesmo não foram colocados na catraca, mas sim ficaram nas mãos do bilheteiro.
Erro de contagem na Ponte (Foto: Victor Hafner)“Frequento o Majestoso (estádio da Ponte Preta) há mais de 40 anos e é impossível acreditar que contra o Santos havia apenas 12 mil torcedores. É no mínimo de se estranhar que um estádio que já recebeu mais de 30 mil pessoas fique lotado com um terço disso hoje”, apontou um internauta, contestando o público de 11.747 pagantes anunciado.
Ainda em São Paulo, houve um caso de ingressos falsos apreendidos pela Polícia Militar. Aconteceu no jogo de volta da final da Libertadores entre Corinthians e Boca Juniors. Centenas de torcedores do time argentino foram barrados por portarem bilhetes falsificados. Isso em uma decisão do torneio mais importante das Américas.
Vale ressaltar, que as suspeitas levantadas não têm ligação direta com o erro apontado pela Ponte Preta. Neste caso, o clube campineiro argumentou que o equívoco foi na contagem dos integrantes de seu programa de sócio torcedores, o Torcedor Camisa 10+. O que rechaça, pelo menos neste caso específico, os tais ingressos duplos. No entanto, é no mínimo estranho que a empresa terceirizada que cuida das bilheterias do Majestoso é a BWA, que já foi alvo de várias denúncias.





































































































































