Recife, PE, 5 (AFI) – O Sport concluiu nesta semana a passagem de Paulo André como consultor, após 90 dias de trabalho voltados para diagnóstico e reestruturação do clube. O ex-zagueiro, que já foi diretor em outros grandes do futebol brasileiro, destacou que a missão foi cumprida na Ilha do Retiro e relatou avanços em diversos setores.

Durante o período, Paulo André e seu sócio Lucas Rafael promoveram avaliações presenciais e remotas, focando em pilares como cultura, estrutura organizacional e performance. Segundo eles, a principal carência encontrada estava na comunicação interna, o que dificultava a integração entre os profissionais do elenco e os departamentos.

SPORT ESTRUTURAÇÃO SÉRIE A

No início da intertemporada, coincidente com a chegada de Daniel Paulista, as atenções se voltaram para a preparação física, metodologia de trabalho e diagnóstico do grupo. Paulo André destacou que o Sport já contava com bons profissionais, mas identificou oportunidade ao estimular a troca de informações entre setores como fisiologia, preparação física e nutrição.

Sobre as movimentações no elenco, o consultor explicou que não participou de decisões sobre saídas de atletas ou membros do staff. “Todas as decisões (de saídas) foram tomadas por conta e risco dos executivos. Daniel (Paulista), (Thiago) Gasparino e Enrico (Ambrogini) tomaram a decisão de contar com quem eles queriam contar.”

Questionado sobre o rendimento, Paulo André avaliou como positiva a evolução do grupo após a repadronização dos treinamentos. O Sport apresentou melhora no nível de entrega e intensidade dos jogadores, com destaque para a robustez física e a adoção de rotinas mais exigentes e profissionais.

CONSULTORIA, SAF E DNA DO SPORT

Paulo André informou que o contrato finalizou nesta etapa, mas há conversas para uma eventual continuidade da parceria. Ele negou envolvimento direto em decisões estratégicas do clube, limitando-se ao diagnóstico e feedback das ações realizadas.

Sobre o cenário do futebol nacional, o consultor apontou a profissionalização como caminho fundamental para clubes que buscam estabilidade e crescimento, citando exemplos como Palmeiras e Flamengo. “Muitas vezes o remédio é amargo, mas é preciso tomar essa decisão de caminhar em direção à profissionalização”, destacou.

O ex-zagueiro também comentou sobre episódios de invasão de organizadas, ressaltando que práticas do tipo são inaceitáveis e prejudicam a confiança do elenco. Ele citou ainda o processo de SAFs no país, enaltecendo o potencial do Nordeste para desenvolver talentos e boas práticas.

Ao falar do DNA do Sport, Paulo André ressaltou que a equipe precisa manter a característica de pressão constante e verticalidade, refletindo a identidade que marca a história do clube. A partir dessas diretrizes, a metodologia de treinos e até as contratações foram ajustadas para atender o perfil exigido pela torcida e pelo próprio futebol de alto nível.