Oscar, zagueiro revelado pela Ponte Preta, participou de três Copas

Oscar, zagueiro revelado pela Ponte Preta participou de três Copas

Oscar, zagueiro revelado pela Ponte Preta participou de três Copas

0002050170653 img

Quando o saudoso zagueiro central Samuel Arruda transferiu-se para o São Paulo em setembro de 1971, a preocupação na Ponte Preta era reposição da vaga.

Sem opções convenientes, apostaram no apenas razoável Dagoberto, que formou dupla de zaga com Waldir Vicente durante um ano, até que Araújo o substituiu.

Em 1973, Geraldo já havia ocupado o lugar de Waldir, e no dia 19 de agosto, com arbitragem de Dulcídio Wanderlei Boschilia, o treinador Mário Juliato promovia a estreia na equipe pontepretana do recém-saído da categoria juvenil Oscar Bernardes, na vitória sobre o Santos por 2 a 1, nesse time: Waldir Peres; Gali, Oscar, Geraldo e Walter; Chicão e Serginho; Pedro Paulo (Armando), Mosca, Adilson e Tuta.

Para o mineiro Oscar, de Monte Sião, começava ali uma trajetória vitoriosa na carreira, coroada com participação em três Mundiais, de 1978 a 1986, apenas o último deles como reserva de Júlio César.

0002050170653 img

Para que entrasse na história como um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro, Oscar mostrou-se quase imbatível no jogo aéreo, e fez da determinação o objetivo para corrigir defeitos e aprimorar virtudes.

Em 1979 o passe dele foi negociado com o Cosmos dos Estados Unidos, e na década de 80 voltou ao Brasil para jogar no São Paulo, ocasião em que formou dupla de zaga com o uruguaio Dario Pereyra.

TREINADOR

Nos tempos de Ponte Preta, Oscar cursou fisioterapia, mas ao encerrar a carreira de atleta preferiu cuidar de suas empresas e ingressou na carreira de treinador, todavia sem prosperidade. Consta do currículo passagem como comandante do Guarani.

Dos negócios, Oscar vendeu duas fazendas para pastagem de gado em Monte Sião – sua cidade natal -, e uma fábrica de laticínio que manipulava cerca de sete mil litros de leite diariamente.

Como já havia investido parte do dinheiro em sofisticado centro de treinamentos em Águas de Lindóia e hotel rural em Monte Sião – apostando em turistas naquela região – o restante aplicou na compra de imóveis.

Oscar sempre teve cabeça no lugar. Quando estudante do antigo ensino colegial, não se empolgava com bajuladores que até assinalavam seu nome na lista de alunos presentes em sala de aula quando estava ausente. O assédio da mulherada também era bem administrado. O diferencial, no primeiro contrato como profissional, foi a compra de um fusca branco com toca-fitas móvel para ouvir sambas de Paulinho da Viola, Clara Nunes e Martinho da Vila.

NOTA ZERO

Curioso, naquele período, é que o seu professor de Educação Moral e Cívica, Benedito Mezacappa, que jurava ser torcedor pontepretano, não conseguia associar o jogador ao aluno e, certa ocasião, quando comunicava nota bimestral de cada um, justificou o zero para Oscar por ter faltado à prova.

Paradoxalmente foi um aluno bugrino – o Cláudio Corrente que posteriormente se transformou em diretor de futebol do Guarani -, quem alertou o professor sobre a ausência forçada do atleta em jogo da Ponte Preta quando da citada prova, para surpresa de Mezacappa.

– Ah, então você é o Oscar jogador?

Claro que só podia ser um professor de radinho, avesso à leitura de jornais e noticiário de televisão.

Observação: foi uma classe de boleiros. Oscar, Carlos Ganso e Carlos Magno, da Ponte Preta; zagueiro Joãozinho e volante Marcos Paulo do Guarani.