Campinas, SP, 14 (AFI) – Visto no mundo inteiro como o maior celeiro de craques do futebol, o Brasil também tem as chamadas entressafras. Quantas gerações foram perdidas por não terem conquistado títulos de maior expressão? Neste quesito, as equipes que disputaram os últimos Jogos Olímpicos foram as que mais sofreram com esta sina.

Na Olimpíada de Atlanta, em 96, o Brasil ficou com o bronze, mas jogadores como o goleiro Dida, o lateral Roberto Carlos, o meia Rivaldo e o atacante Ronaldo tornaram-se titulares do time principal e conquistaram glórias e mais glórias com a camisa da Seleção e de clubes europeus.

O mesmo não se pode dizer com a Seleção que disputou o Pré-Olímpico em 2000. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, os garotos conquistaram o torneio de forma invicta (cinco vitórias e dois empates), mas foram às Olimpíadas e perderam para Camarões, que jogou boa parte da partida coim dois jogadores a menos. A derrota marcou a geração, que se perdeu em meio às críticas.

Confira a Seleção de 2000 e onde está cada jogador:

1. Sílvio Luiz (goleiro) – Ele surgiu com destaque no futebol brasileiro, como titular do São Caetano, que estava em ascensão no começo dos anos 2000. Passou por Vasco e Corinthians, sem sucesso. Foi titular da Seleção Pré-Olímpica, mas nunca foi chamado para defender o time principal. Seu último clube foi o Boavista-RJ. Tem 32 anos.

2. Mancini (lateral-direito) – Revelado pelo Atlético-MG, deixou o Brasil cedo e nunca se firmou na Seleção Brasileira, por ser um lateral extremamente ofensivo e que pouco sabe marcar. Fez sucesso com a camisa da Roma-ITA, quando passou a jogar como meia-atacante, mas nunca reviveu os bons tempos na Inter de Milão-ITA, seu atual clube. Tem 28 anos.

3. Fábio Bilica – foto – (zagueiro) – Saiu cedo do Brasil (foi revelado pelo Cruzeiro) e apareceu para o país quando foi convocado por Luxemburgo. Na época, defendia o Venezia-ITA. No Pré-Olímpico, passou segurança, mas deixou a desejar nas Olimpíadas. De volta ao Brasil, foi mal no Grêmio e no Goiás, além de ter rodado por times italianos, franceses, alemães e romenos. Hoje, aos 30 anos, joga pelo Sivasspor-TUR.

4. Álvaro (zagueiro) – Aos 31 anos, o zagueiro surgiu como grande promessa do São Paulo, mas nunca vingou no Morumbi. Rodou por vários clubes da Europa (Las Palmas, Real Sarragosse, Levante e Newcastle) e voltou ao Brasil para jogar no Internacional. Por aqui, é titular absoluto, mas nem de longe vingou da maneira que se esperava.

5. Baiano (volante) – O lateral foi revelado pelo Vitória, e passou ainda por Santos, Palmeiras e Vasco, sem se firmar em nenhum deles. Jogou ainda no Las Palmas-ESP e no Boca Juniors-ARG. Nunca ganhou chances na Seleção Brasileira principal. No ano passado, foi rebaixado pelo Vasco e, em dezembro, acertou com o Atlético Nacional-COL. Tem 30 anos.

6. Fábio Aurélio (lateral-esquerdo) – Cria da base do São Paulo, também não ganhou chance na Seleção e perdeu a oportunidade de se firmar como um dos mais talentosos de sua época. Deixou o Morumbi e foi para o Valencia-ESP, time que defendeu por seis anos. Desde 2006, o lateral, aos 29 anos, defende o Liverpool-ING e, agora, faz sucesso na Inglaterra.

7. Ronaldinho Gaúcho – foto – (atacante) – É sem dúvida o maior ícone desta geração, mas sempre foi questionado quando vestiu a camisa da Seleção. Revelado no Grêmio, passou pelo Paris Saint-Germain-FRA e viveu sua melhor fase no Barcelona-ESP, quando foi eleito duas vezes o Melhor Jogador do Mundo. Agora, aos 28 anos, é reserva do Milan e não joga um bom futebol desde o final da Copa de 2006. Na Seleção, foi campeão mundial (2002) e da Copa das Confederações (2005), mas nunca viveu uma boa seqüência de jogos.

8. Fabiano (volante) – De volta ao Brasil para jogar pelo Atlético-MG, o volante de 31 anos rodou por vários clubes depois de deixar o São Paulo, em 2001. Passou por Internacional e Santos, além de vestir as camisas de Necaxa-MEX, América-MEX, Albacete-ESP e Puebla-MEX. Jogador de muita raça, nunca jogou na Seleção principal.

9. Fábio Júnior (atacante) – Tratado pelo Cruzeiro como o novo Ronaldo, Fábio Júnior foi vendido a Roma por US$ 18 milhões, em 98. A partir daí, nunca mais foi o mesmo. Reserva na Seleção de 2000, passou sem brilho por Roma, Palmeiras e Atlético-MG. Jogou ainda na Alemanha, Portugal, Japão e Israel. Atualmente com 31 anos, é titular do Brasiliense.

10. Alex (meia) – Craque nos tempos de Palmeiras e Cruzeiro, nunca teve chance em grandes centros da Europa. Foi contratado pelo Parma, mas nunca jogou por lá. Agora, aos 31 anos, é o craque do Fenerbahçe-TUR, que sempre fica pelo meio do caminho na Liga dos Campeões. Na Seleção Brasileira, foi titular com Luxemburgo, mas foi preterido por Felipão na Copa de 2002 e nunca agradou Parreira. Poderia ter sido muito mais…

11. Mozart (volante) – Foi revelado pelo Coritiba e passou sem brilho pelo Flamengo. Vendido ao futebol europeu, sumiu de vez, inclusive das convocações à Seleção. Defendeu Reggina-ITA e Spartak Moscou-RUS, e não chamou a atenção dos grandes clubes. Aos 29 anos, voltou ao Brasil para defender o Palmeiras na Libertadores.

12. Fábio Costa – foto – (goleiro) – É um daqueles chamados jogadores de clube. Sem espaço na Seleção (talvez pelo seu temperamento), o goleiro de 31 anos é um dos ídolos atuais do Santos, além de ter feito boas campanhas no Vitória e no Corinthians. Foi reserva no Pré-Olímpico e na Olimpíada, mas não jogou pelo time principal.

13. Cris (zagueiro) – Campeão no Corinthians e no Cruzeiro, nunca foi unanimidade no Brasil, e por isso foi jogar na Europa. No Lyon, cansou de ser campeão francês, e ganhou sua chance na Seleção que disputou a Copa de 2006. Foi reserva e sequer entrou em campo. Ficou marcado pela derrota para Honduras, na Copa América de 2001, o que o afastou do time campeão do mundo em 2002. Tem 31 anos.

14. Luiz Alberto (zagueiro) – Zagueiro de 31 anos, foi revelado pelo Flamengo, mas se destacou mesmo com as camisas de Santos e Fluminense. Na Seleção Brasileira, porém, foi ao contrário: reserva no Pré-Olímpico, sequer foi chamado ao time principal. Passou ainda por Saint-Etienne-FRA e Real Sociedad-ESP, além de Internacional e Atlético-MG.

15. Marcos Paulo (volante) – Começou a campanha como reserva, mas conquistou a titularidade, mantendo a posição até a Olimpíada. Participou do fiasco em Sidney e nunca mais foi lembrado. Revelado no Cruzeiro, rodou por times portugueses, italianos e jogou até em Israel. Voltou ao Brasil e jogou por Grêmio, Portuguesa e Guarani, sem sucesso. Agora, aos 31 anos, defende o Shimizu-JAP.

16. Athirson (lateral-esquerdo) – Revelado no Flamengo, era cotado para ser o substituto de Roberto Carlos. Mas, graças a contusões e a transferências mal elaboradas, nunca foi o que poderia ter sido. Passou por Santos e Cruzeiro, e voltou a jogar futebol regularmente com a camisa da Portuguesa, neste ano. Agora, voltou ao Cruzeiro para reviver o bom futebol, que deixou para trás quando assinou com a Juventus-ITA, em 2000. Tem 32 anos.

17. Adriano Gabiru (meia) – Tinha tudo também para explodir, mas muita coisa deu errado. Foi destaque no Atlético-PR, campeão brasileiro em 2001, e no Internacional, campeão mundial em 2006. No meio do caminho, passou por Cruzeiro, Sport e Goiás, sem sucesso em nenhum. Hoje, aos 31 anos, vive machucado no Guarani.

18. Warley (atacante) – Revelado no Atlético-PR, Warley surgiu como promessa do São Paulo, mas nunca teve uma grande sequência de jogos. Passou ainda por Grêmio, São Caetano, Palmeiras, Brasiliense, Náutico, ABC e Udinese-ITA, sem sucesso em todos. Seu último clube foi o Madureira, na disputa do Campeonato Carioca. Tem 31 anos.

19. Edu (atacante) – Surgiu como possível craque no São Paulo, mas estacionou em sua carreira. Desde 2000, defende o Betis-ESP, onde é destaque, mas perdeu toda a chance de defender a Seleção Brasileira. Foi titular nas Olimpíadas e até se salvou do fracasso. Mas nunca foi cotado para defender o time principal.

20. Lucas (atacante) – Foi destaque no Atlético-PR, mas não vingou com as camisas de Cruzeiro e Corinthians. Marcou, também, gols no Pré-Olímpico e disputou a Olimpíada, sem muito brilho. Em sua carreira, machucou-se demais e nunca ganhou oportunidade no time principal. Joga atualmente no Japão, pelo Gamba Osaka, e tem 30 anos.