Veja o que diz a súmula sobre a briga do Dérbi 211
Um homem caiu no fosso do estádio, e outras pessoas ficaram feridas - dois policiais e mais um torcedor foram levados para o hospital
A súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique (CE) e o relatório da delegada Débora Raiane Nunes sobre o Dérbi 211 citaram a confusão generalizada nas arquibancadas do Brinco de Ouro.
Campinas, SP, 09 (AFI) – A súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique (CE) e o relatório da delegada Débora Raiane Nunes sobre o Dérbi 211 citaram a confusão generalizada nas arquibancadas do Brinco de Ouro durante o primeiro tempo da vitória da Ponte Preta por 1 a 0 sobre o Guarani, na primeira rodada do quadrangular da Série C do Brasileiro.
Um homem caiu no fosso do estádio, e outras pessoas ficaram feridas – dois policiais e mais um torcedor foram levados para o hospital. A briga chegou a paralisar o clássico por sete minutos.
CONFIRA COBERTURA COMPLETA DO DÉRBI 211
ENTENDA
O torcedor que sofreu lesões graves, na cabeça e num dos braços, segue internado no hospital Mário Gatti, em Campinas, após ser vítima de briga no Dérbi 211. O nome dele é Luan Cerqueira, tem 29 anos e seria formado em educação física.
Ao contrário do que se pensava, inicialmente, ele seria torcedor do Guarani, veio da cidade de Santa Bárbara d’Oeste e acabou confundido como um torcedor da rival Ponte Preta.
FERIDO DÉRBI 211
O torcedor na verdade, ‘é bugrino’, segundo sua família, como ficou esclarecido um dia após o clássico campineiro.
O torcedor ferido apareceu, na noite de domingo, nas redes sociais ao lado da mãe. Luan Cerqueira não apresenta ferimento na cabeça, apenas no braço esquerdo, que está imobilizado. Ele passará por uma cirurgia para restabelecer a sua parte óssea, provavelmente na segunda-feira (8).
SÚMULA
– Informo que aos 36 minutos do primeiro tempo, o jogo ficou paralisado durante 1 minuto, e aos 38 minutos do primeiro tempo, o jogo ficou paralisado durante 5 minutos em decorrência de um confronto entre torcedores da equipe mandante e a Polícia Militar.
A súmula também confirma o cartão amarelo para o atacante Jeh pela comemoração do gol anulado, aos 17 minutos do primeiro tempo, por colocar uma máscara de gorila. O lance foi considerado irregular após revisão no VAR por impedimento de Wanderson – a interpretação da arbitragem é que, de alguma maneira, o zagueiro influenciou na jogada.
RELATÓRIA DA DELEGADA RAIANE NUNES
“Informo que por volta dos 35min 1T, um torcedor do Guarani, não identificado, após uma confusão no setor cabeceira sul (organizadas) se atirou da arquibancada em direção ao fosso do estádio, se lesionando gravemente. No momento da queda, imóvel, atraiu as atenções de todos que estavam presentes, incluindo atletas, alguns deles deixando o campo de jogo para verificar o que havia corrido.
A partida foi paralisada pela arbitragem aos 36min e meio, retornando aos 43min 1T. Quando o policiamento se dirigiu para verificar a ocorrência, torcedores membros de torcidas organizadas buscaram o confronto e atingiram policiais, que revidaram com medidas de dispersão, balas de borracha, provocando correria no setor, com mulheres e crianças indo em direção aos portões de emergência, buscando se protegerem.
Centenas de torcedores foram embora, outras dezenas precisaram ser atendidas pelas ambulâncias com ferimentos leves e graves. Também ocorreram discussões entre torcedores no setor das cadeiras vitalícias, uma vez que, durante a ação de contenção policial, diversos torcedores localizados na cabeceira sul pularam as grades de acesso e invadiram o setor vizinho.
O torcedor encontrado desacordado no fosso foi socorrido por ambulância UTI, entubado, e encaminhado em estado grave ao Hospital Mário Gatti. Dois policiais ficaram feridos, um deles com concussão na cabeça.
Após o incidente, 2 minutos após reiniciada a partida, a equipe visitante marcou o gol, abrindo o placar. Tendo em vista um ambiente hostil e placar desfavorável, ainda no primeiro tempo e no intervalo, parte do público deixou o estádio.
Alguns torcedores mais exaltados, localizados no setor das cadeiras vitalícias, desferiram chutes contra o portão de acesso que separa esse setor do camarote da Ponte Preta, na tentativa de forçar uma invasão. Diante da movimentação observada, foi solicitado o reforço da segurança privada e o acionamento da Polícia Militar.
Haviam três ambulâncias no estádio, 2 UTIs e 1 básica (remoção). Tanto a UTI quanto a básica, fizeram cerca de 6 viagens até o hospital de referência, encaminhando feridos.
A equipe médica e de enfermagem trabalharam, inclusive, com atendimentos na própria arquibancada do setor cabeceira sul, sendo algumas delas hostilizadas e ameaçadas pelas organizadas. Com a autorização do comandante do policiamento, Capitão Bonato, o segundo tempo da partida foi retomado normalmente, não sendo registrados novos confrontos”.
INTERNADO
Além de Luan, o torcedor que agrediu uma policial também permanece internado. Já os dois agentes feridos – uma mulher e um homem – receberam alta médica, enquanto um terceiro policial sofreu ferimentos leves e não precisou de atendimento hospitalar.
O tumulto paralisou o clássico por sete minutos, entre os 36 e os 43 do primeiro tempo. Assim que a bola voltou a rolar, a Ponte abriu o placar com Jonas Toró, aos 44 minutos. O gol definiu a vitória alvinegra por 1 a 0 no Brinco de Ouro.
Outros focos de confusão também foram registrados nas arquibancadas. A tensão fez com que famílias, inclusive com crianças, deixassem o estádio antes do apito final.
NOTA OFICIAL DO GUARANI
“O Guarani Futebol Clube lamenta profundamente a confusão ocorrida no Brinco de Ouro durante o Dérbi. O Clube repudia qualquer ato de violência e reforça que o futebol deve ser um espaço saudável de união, respeito e lazer.
Estamos colaborando ativamente com a Polícia Militar e demais autoridades competentes para identificar os responsáveis pelo ocorrido, para que as devidas medidas sejam tomadas.
Reiteramos nosso compromisso com a segurança de nossos torcedores e com a preservação da integridade do espetáculo esportivo.”
