No Guarani, desta vez, até o treinador bugrino Daniel Paulista errou
O técnico bugrino também errou desta vez, mas o empate ainda deixa o Guarani em terceiro lugar
Bolívia Querida cometeu só dois erros e Guarani não soube aproveitar
Aí você há de interrogar: se o Guarani tomou iniciativa na partida da noite desta terça-feira em Campinas, se jogou melhor de que o Sampaio Corrêa, por que não encontrou o caminho do gol para alcançar mais uma vitória no Campeonato Brasileiro na Série B? Por que esse empate sem gols?
Observe que nas últimas vitórias o Guarani tem aproveitado vacilos de defensivas adversárias para construção de vantagens, e posteriormente se torna soberano nas partidas.
Desta vez o Sampaio Corrêa cometeu duas falhas que poderiam ser fatais, nas duas reais oportunidades de gols do Guarani.
Na primeira delas, aos sete minutos do primeiro tempo, a bola chocou-se caprichosamente no poste direito do goleiro Mota, do Sampaio Corrêa, quando o atacante bugrino Bruno Sávio antecipou-se ao zagueiro Paulo Sérgio para resvalar na bola de cabeça, após cruzamento de Régis, da direita.
Depois, apenas aos 23 minutos do segundo tempo, quando o time maranhense deixou Régis livre já dentro da área, pela meia esquerda, e o chute foi em cima do goleiro Mota que, no reflexo, praticou a defesa.
Afora isso, apesar da pressão, da ofensividade que o Guarani impôs ao jogo, apenas defesas normais do goleiro Mota.
OUTROS DETALHES
Se o Guarani levava vantagens nas jogadas pelo lado direito durante o primeiro tempo, com incursões de Régis por ali, em combinações de jogadas com Bruno Sávio e lateral-direito Diogo Matheus, por que Régis teria que recuar para organizar jogadas durante o segundo tempo, ficando Andrigo posicionado na direita e absorvido pela marcação?
Andrigo entrou em campo aos dez minutos do primeiro tempo, em substituição ao atacante Júlio César, que saiu com lesão na coxa.
Aí errou o treinador bugrino Daniel Paulista. Se o recomendável seria manutenção do estilo de jogo, com atacante de beirada, logo a indicação seria a entrada de Alan Victor, jogador da posição.
E desta vez Andrigo não correspondeu e houve perda na troca.
DAVÓ
Se ainda no primeiro tempo o Guarani tinha maior volume de jogo e a bola rondava a área do Sampaio Corrêa, por que o atacante Davó não ficou por ali pra repartir jogadas com zagueiros, em vez de recuar pra também tentar organizar jogadas?
Assim, ao longo da partida o Guarani careceu de um homem na chamada ‘zona do agrião’, na tentativa de aproveitamento de bola espirrada.
Convenhamos, todavia, que nada indicaria que esse homem fosse Lucão, que substituiu Davó aos 19 minutos do segundo tempo, pois ele ainda não se conscientizou que precisa se preparar adequadamente para ganhar espaço no time. Além disso, de que adianta Daniel Paulista colocá-lo em quase todos os jogos?
No contexto geral, defesas normais do goleiro Mota, uma delas em chute de canhota do lateral-direito Diogo Matheus, de fora da área.
Também foi um jogo com o lateral-esquerdo Bidu bem aquém do esperado, basicamente preso à marcação do apenas esforçado atacante de beirada Jean Silva.
Igualmente o volante Rodrigo Andrade rondou bem menos vezes as proximidades da área adversária.
Ainda sobre o Guarani, estaria Régis cansado e sem condições de prosseguir na partida?
Quando ele deu lugar para Pablo, aos 36 minutos do segundo tempo, o adversário pôde ‘respirar’ de vez.
SAMPAIO ERRA MUITO
Exceto o característico espírito guerreiro, forte marcação e postura de se evitar espaços para o Guarani trabalhar melhor as jogadas, viu-se um Sampaio Corrêa com excesso de erros de passes ou perda de bola em tentativas de dribles.
Quem se incumbe de estatísticas em jogos, de certo vai constatar que nenhum adversário do Guarani nesta Série B errou tantos passes.
Com a marcação alta dos bugrinos durante o primeiro tempo, podem até argumentar como compreensível erros de passes do Sampaio na tentativa de se alongar a bola em busca de contra-ataques.
Todavia, no segundo tempo, o abuso de erros foi desproporcional até em passes curtos.
