Náutico precisa se reinventar para não reviver fantasmas da Batalha dos Aflitos

O time pernambucano estreou a segunda fase carregando a pompa de quem atravessou a etapa inicial com autoridade, credenciado como um dos favoritos à vaga na Série B.

O Náutico vem de duras derrotas: para Guarani (2 a 0) e Ponte Preta (1 a 0).

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Náutico precisa da vitória para não reviver drama. Foto: gabrielfrancafoto / CNC

Recife, PE, 26 (AFI) – O Náutico chega à reta final do quadrangular da Série C em situação delicada e precisa buscar inspiração no passado para seguir sonhando com o acesso. A lembrança é inevitável: a famosa “Batalha dos Aflitos”, em 2005, quando o clube teve a chance de conquistar a vaga na elite e acabou derrotado pelo Grêmio em um jogo que entrou para a história do futebol brasileiro. Agora, em 2025, a missão é menos épica, mas igualmente difícil.

O time pernambucano estreou a segunda fase carregando a pompa de quem atravessou a etapa inicial com autoridade, credenciado como um dos favoritos à vaga na Série B. Mas o futebol não acompanhou o discurso. Logo de cara, tropeçou diante do Guarani, perdendo por 2 a 0 em Campinas. Na sequência, caiu também diante da Ponte Preta, em pleno Moisés Lucarelli, por 1 a 0. O cenário transformou a confiança em apreensão, apesar do triunfo sobre o Brusque por 1 a 0.

Com apenas três pontos somados em três rodadas, o Náutico ocupa a terceira posição do Grupo C, atrás justamente dos campineiros. A Ponte lidera com nove pontos e já beira o acesso. O Guarani tem seis e depende apenas de si para confirmar a classificação. Restou ao Timbu lutar contra o peso da tabela e contra a memória recente das duas derrotas.

O duelo deste sábado, às 17h, no estádio Moisés Lucarelli, contra a líder Ponte Preta, ganhou contornos de decisão. Mais do que três pontos, o Náutico joga pelo resgate da confiança e pela sobrevivência. Uma nova derrota pode significar o fim precoce das esperanças.

MÁS LEMBRANÇAS

O fantasma da Batalha dos Aflitos paira sobre o clube sempre que o acesso entra em pauta. Naquela tarde de 2005, o Náutico perdeu um pênalti, teve dois jogadores expulsos e viu o Grêmio, com sete em campo, marcar no fim e ficar com a vaga. A cicatriz segue aberta para o torcedor, que nunca esqueceu a frustração de ver a Série A escapar por entre os dedos.

O desafio de 2025, claro, tem outra escala, mas a simbologia permanece: a necessidade de superar a pressão e virar um roteiro desfavorável. Assim como em 2005, o Náutico terá que provar força psicológica e competitividade diante de uma adversidade quase cruel.

Não há margem para erro. O Náutico precisa de uma vitória contra a Ponte para recolocar a campanha nos trilhos e seguir vivo. Uma derrota, ao contrário, praticamente entregaria as duas vagas do grupo aos rivais de Campinas, transformando o quadrangular em uma despedida melancólica.

Inspirar-se no passado não é reviver derrotas, mas aprender com elas. O Náutico tem diante de si a chance de mudar a própria narrativa: de vítima da história para protagonista de uma reviravolta. Resta saber se, desta vez, o final será diferente.

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