Campinas, SP, 04 (AFI) – Para alguns pontepretanos é perseguição. Para outros é exagero. O fato é que mais uma vez a Ponte Preta é usada como bode expiatório na suposta cruzada de juristas e dirigentes contra a violência das torcidas no futebol brasileiro. Em julgamento realizado na noite desta quarta-feira, a Ponte Preta acabou punida outra vez pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva – STJD – com a perda de dois mandos de campo no Campeonato Brasileiro da Série B.

O julgamento foi motivado por conta do lançamento de um rojão do lado de fora para dentro do estádio Moisés Lucarelli, no empate por 1 a 1 com o Oeste, em jogo realizado no dia 2 de junho, pela oitava rodada da segunda divisão nacional. Os portões estavam fechados e não havia nenhum torcedor nas arquibancadas.

PUNIÇÃO ANTERIOR
A Macaca já vinha jogando sem a presença da torcida por causa de outra punição, decorrente da confusão protagonizada por torcedores em novembro de 2017, quando o time perdeu por 3 a 2 para o Vitória e foi rebaixado do Brasileirão. Uma punição polêmica e questionada, afinal os invasores de campo foram identificados.

Com isso teve que jogar seis partidas da Série B sem torcida em casa. O último jogo da punição foi no dia 19 de junho, em empate por 1 a 1 com o CSA.

FESTA AMEAÇADA

Diante deste cenário, o duelo deste domingo, contra o Fortaleza, marcaria o reencontro da torcida com o time no Majestoso.

A diretoria pontepretana, inclusive, já iniciou a venda dos ingressos para o jogo, na expectativa de receber um bom público.

EFEITO SUSPENSIVO
Agora, o departamento jurídico da Ponte vai entrar com um recurso e buscará um efeito suspensivo para que o jogo aconteça com a presença da torcida. As vendas começaram nesta quarta-feira.

Se a punição for mantida, a Macaca não terá torcida diante do Fortaleza e também contra o Juventude, no dia 24 de julho, pela 17.ª rodada. Ou então cumprirá esta pena absurda contra o Juventude e também diante do Avaí, no dia 31 de julho, pela 19.ª rodada.

SEM BASTIDORES
Além das penas impostas pelo STJD, a Ponte Preta ainda enfrentou outra punição descabida promovida pelo Ministério Público de São Paulo (MP). Durante o Campeonato Paulista o clube mandou seus jogos sem a presença de torcidas adversárias.

Isso gerou um grande prejuízo financeiro, calculado em perto R$ 500 mil. O clube, por exemplo, não pode ter no Majestoso as torcidas de Santos e Palmeiras. Sem contar o jogo da quarta fase da Copa do Brasil contra o Flamengo, quando também poderia ter ganho um bom dinheiro.

SEM FORÇA NENHUMA
Fora a questão econômica, a Ponte Preta sofreu um prejuízo moral incalculável gerado pela má conduta de meia dúzia de maus torcedores. Para alguns conselheiros, o comando da Ponte Preta não tem força nenhuma nos bastidores tanto da Federação Paulista de Futebol (FPF) como da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

É o que parece revelar esta sequência de punições jamais imposta a nenhum outro clube brasileiro.