Mineiro: Tupi avança e tenta título inédito

Juiz de Fora, MG, 11, (AFI) – O Tupi tenta, este ano, pela terceira vez em sua história, avançar para uma final de Campeonato Mineiro. Curiosamente, o time terá pela frente o Cruzeiro, que o eliminou das finais de 1985 e 1987. Além disto, ainda pesa para o lado do galo de Juiz de Fora um tabu de 20 anos sem vencer o time da Capital.

A última vitória do alvinegro aconteceu no dia 12/07/1987, em Juiz de Fora, pelo placar de 2 a 1, com gols de Careca para o Cruzeiro e Amarildo e Jorge Luiz para o Tupi. De lá pra cá foram 13 confrontos com nove vitórias cruzeirenses. No entanto a campanha do Tupi em 2007 já entra para a história com o time voltando a disputar jogos decisivos após 20 anos.

Em 1985 o Tupi teve a chance de conquistar uma das vagas para as finais do Campeonato Estadual quando se classificou para o quadrangular final do primeiro turno contra os três grandes da Capital. O Tupi liderou o quadrangular, junto com o Cruzeiro, após duas vitórias importantes por 1 a 0 sobre o América e o Atlético, além de um empate sem gols contra o Cruzeiro, mas na penúltima rodada, o time da Capital venceu o jogo decisivo por 2 a 1, no Mineirão, em 22/09/1985 e com um empate sem gols contra o rival Atlético na última rodada garantiu a vaga para a final.

Em 1987 o Tupi teve outra chance de disputar uma final de Estadual, quando decidiu o 2º turno em partida única contra o Cruzeiro, que jogou pela vantagem do empate no tempo normal e na prorrogação por ter tido a melhor campanha. O alvinegro de Juiz de Fora foi, mais uma vez, eliminado pelo esquadrão cruzeirense após um empate sem gols em 120 minutos de partida, no Mineirão, em 26/07/1987.

Primeiro vice-campeão mineiro

No entanto a melhor campanha do Tupi não aconteceu nestes dois anos, mas no primeiro Campeonato Mineiro, em 1933, quando conquistou o vice-campeonato. Naquele ano a Federação Mineira promoveu a unificação dos dois campeonatos disputados no estado, o de Belo Horizonte e o de Juiz de Fora e colocou em disputa o título de “campeão mineiro”, pela primeira vez.

O time do Tupi vice-campeão de 1933 teve a seguinte formação: Adinho, Oliveira, Bellozi, Tirolito (Caiana), Coruja, Magalhães (Onestaldo), Geraldino (Paixão) (Lima), Miro, Lage, Néri e Rolando.

A campanha histórica do Tupi:
02/07/1933 – Siderúrgica 0 x 0 Tupi
16/07/1933 – Retiro 4 x 3 Tupi
23/07/1933 – Tupi 5 x 2 Atlético
13/08/1933 – Tupi 4 x 2 Sport
20/08/1933 – Tupi 1 x 3 Villa Nova
27/08/1933 – Cruzeiro 1 x 1 Tupi
03/09/1933 – América 3 x 5 Tupi
24/09/1933 – Tupi 6 x 2 América
01/10/1933 – Atlético 3 x 1 Tupi
08/10/1933 – Tupi 4 x 3 Cruzeiro
25/10/1933 – Tupi 3 x 0 Siderúrgica

Não há registro do resultado da partida em que o Tupi venceu o Tupinambás, no primeiro turno. Em 15/10/1933, o Villa Nova vencia o Tupi por 3 a 0, quando a partida foi suspensa aos 15 minutos do segundo tempo. Como o Villa já era o virtual campeão, as equipes não se interessaram em disputar os minutos restantes e o resultado de 3 a 0 não foi considerado. Em 05/11/1933 o Tupi venceu o Tupinambás por 3 a 2, mas a Associação Mineira de Esportes de Juiz de Fora anulou a partida que não foi, novamente, disputada.

36 anos depois

O Tupi só voltaria a disputar o campeonato estadual 36 anos depois, pois a unificação dos certames de Belo Horizonte e Juiz de Fora foi considerada deficitária e a Federação resolveu promover a partir de 1934 a disputa pelo título de “campeão mineiro” numa melhor de três entre os campeões de cada cidade, que também foi considerada deficitária e jamais disputada por falta de interesse dos clubes.

O Tupi e os demais clubes de Juiz de Fora permaneceram disputando o seu campeonato da cidade por mais 20 anos, quando o torneio se expandiu englobando os times das cidades da zona da mata e da Mantiqueira ganhando o status de “Divisão Especial” por parte da Federação que ainda passou a jurisdição de ambas as regiões do estado a Liga de Juiz de Fora.

Curiosamente, o campeonato dessa divisão tornou-se um certame regional à parte dentro do estado. Os clubes da “Divisão Especial” não se interessaram pela lei do acesso e do rebaixamento que passou a vigorar no Campeonato Mineiro a partir de 1961 com a criação do Campeonato da Primeira Divisão – que foi um certame regional disputado pelos times das regiões centro e do triângulo.

O Tupi só voltaria a disputar o Estadual, após a extinção das divisões Especial e Primeira em 1968, quando foi um dos três clubes convidados (os outros foram o EC Democrata, de Valadares e o Sete de Setembro) para a disputa do Campeonato Mineiro de 1969. O convite veio na “canetada” pelo presidente da Federação Mineira, José Guilherme.

Classificações do TUPI no Campeonato Mineiro: 1933 (2º); 1969 (8º); 1970 (11º); 1971 (6º); 1972 (11º); 1980 (19º); 1981 (10º); 1982 (12º); 1984 (6º); 1985 (4º); 1986 (10º); 1987 (3º); 1988 (10º); 1989 (6º); 1990 (16º); 1991 (10º); 1992 (23º); 1993 (18º); 1995 (12º); 2002 (4º); 2003 (4º); 2004 (13º)

Estréia no Campeonato Mineiro: 02/07/1933 – Siderúrgica 0 x 0 Tupi, em Sabará

Maior goleada: 24/09/1933 – América 2 x 6 Tupi (Paulista e Hugo para o América; Lage 4, Miro e Lima para o Tupi)

Maior goleada sofrida: 22/02/1969 – Cruzeiro 8 x 0 Tupi (Zé Carlos 3, Dirceu Lopes 2, Hilton Oliveira, Natal e Tostão marcaram para o Cruzeiro)

Jogadores do Tupi que se sagraram artilheiros do Estadual: Lage em 1933 com 13 gols, Luisão em 1987 com 12 gols e Marcelo em 2002 com 8 gols