Mazola diz que se 'demitiu para si mesmo' e vê virada no Ituano após vitória
A ideia, segundo Mazola, surgiu como resposta ao incômodo de ver seu trabalho apoiado pela diretoria, mas sem resultados em campo
Mesmo assumindo que tudo não passou de uma “parábola”, Mazola reforçou que a mudança de postura foi real
Itu, SP, 05 (AFI) – Mazola Júnior surpreendeu ao transformar a coletiva pós-vitória sobre o Londrina em um confessionário simbólico. O técnico do Ituano afirmou que se demitiu durante a semana — não do cargo, mas de sua antiga versão. A frase, que soa inusitada à primeira vista, foi o ponto de partida para explicar a guinada pessoal e profissional que resolveu aplicar diante da sequência negativa da equipe na Série C.
“Eu me demiti. Mas como o clube não queria que eu saísse, tive que mudar totalmente meu perfil, como se tivesse chegado outro treinador aqui”, disse.
A ideia, segundo Mazola, surgiu como resposta ao incômodo de ver seu trabalho apoiado pela diretoria, mas sem resultados em campo. Com apenas uma vitória em dez jogos e pressionado pela estagnação na tabela, ele decidiu adotar uma postura drástica e simbólica: “Apaguei aquele Mazola que estava aqui. Reformulei tudo — metodologia, esquema tático, peças — como se o clube tivesse contratado um novo técnico.”
O gesto, embora metafórico, foi tratado com seriedade pelo treinador, que assumiu ter encarado a mudança como uma ruptura definitiva com o estilo que vinha adotando.
O impacto da transformação foi imediato. Contra um Londrina embalado e integrante do G-4, o Ituano venceu e conseguiu não só somar três pontos, mas também reverter o ambiente interno, que vinha contaminado por uma sequência de más atuações. Mazola fez questão de frisar a importância do resultado como ponto de virada:
“Agora a narrativa muda. Nas últimas cinco rodadas, temos aproveitamento semelhante ao do oitavo colocado. Começa a soprar uma nuvem positiva aqui dentro.”
MUDANÇA NO ITUANO
Mesmo assumindo que tudo não passou de uma “parábola”, Mazola reforçou que a mudança de postura foi real. Disse que jamais pediu demissão de um clube e que não o faria agora, principalmente diante do apoio irrestrito que vem recebendo da diretoria do Ituano.
“Eu me demiti para mim mesmo, porque sabia que a diretoria não aceitaria. E eu não sou covarde para sair. Mas precisava fazer alguma coisa”, afirmou. A alegoria da autodemissão surgiu como um modo de preservar o grupo, evitar rupturas institucionais e ao mesmo tempo tentar provocar um choque interno.
O Ituano segue fora do G-8, mas a um ponto da zona de classificação. Para Mazola, o “novo treinador” que agora comanda o time tem cinco rodadas para provar que a reinvenção não foi só retórica. A próxima chance será neste sábado, contra o Confiança, no Novelli Júnior.






































































































































